A Polícia Federal confirmou o cumprimento de três mandados de prisão, na manhã desta sexta-feira (12), para desarticular uma organização criminosa responsável por um prejuízo que chega a R$ 17 milhões, dinheiro oriundo do antigo FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério) e de outros programas do governo federal na área de Educação, que foi depositado pela União nas contas da prefeitura de Canapi, entre 2015 e 2016.
Entre os presos, está o ex-prefeito de Canapi, Celso Luiz (PMDB), que chegou a ser afastado do cargo em 2016. Dois ex-secretários da gestão dele também foram presos. Já o ex-vice-prefeito do município, Genaldo Vieira, que assumiu o cargo após o afastamento de Celso Luiz, também teve o mandado de prisão expedido, porém, ele não foi encontrado e é considerado foragido da Justiça.
A operação de hoje foi chamada de “Deusa da Espada”, em alusão a um dos símbolos místicos da Justiça, e faz parte da Operação Triângulo das Bermudas. As diligências para cumprimento dos mandados de prisão foram realizadas nos municípios de Canapi, Mata Grande, Santana do Ipanema e Maceió.
Em nota divulgada à imprensa, a PF afirma que “a organização criminosa vinha intimidando e cooptando testemunhas, com o propósito de dificultar as investigações empreendidas pela Polícia Federal”.
Confira abaixo a nota sobre a operação desta sexta-feira (12) divulgada pela PF.
NOTA À IMPRENSA – 2a. FASE DA OPERAÇÃO TRIÂNGULO DAS BERMUDAS: OPERAÇÃO DEUSA DA ESPADA
A Superintendência Regional da Polícia Federal em Alagoas desencadeou, na data de hoje (12/05/2017), a segunda fase da OPERAÇÃO TRIÂNGULO DAS BERMUDAS, denominada "OPERAÇÃO DEUSA DA ESPADA" - em alusão a um dos símbolos místicos da Justiça - com o cumprimento de 03 (três) Mandados de Prisão Preventiva, através de diligências realizadas nos municípios de Canapi/AL, Mata Grande/AL, Santana do Ipanema/AL e Maceió/AL.
Um quarto Mandado de Prisão não foi cumprido até o momento, uma vez que o investigado não foi encontrado até o momento, estando em local incerto e não sabido.
A ação objetiva desarticular uma organização criminosa responsável por um prejuízo que chega a R$ 17 milhões, dinheiro oriundo do antigo FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério) e de outros programas do governo federal na área de educação, que foi depositado pela União nas contas da prefeitura de Canapi/AL entre 2015 e 2016.
Além dos desvios que foram apurados na primeira fase da operação policial, constatou-se a continuidade das ações criminosas a cargo do grupo, a partir da liberação de valores remanescentes do fundo nos últimos dias da gestão do ex-prefeito do citado município, o qual assumira a gestão da cidade após afastamento do seu antecessor, determinado judicialmente. Mandados de prisão foram expedidos contra ambos, além de dois ex-secretários municipais que também participaram dos desvios, consoante apurado no inquérito policial instaurado pela PF em maio de 2016.
Apurou-se, ainda, que a ORCRIM vinha intimidando e cooptando testemunhas, com o propósito de dificultar as investigações empreendidas pela Polícia Federal.
Foi utilizado um efetivo de 20 policiais federais da Superintendência Regional da PF de Alagoas para execução das medidas judiciais, determinadas pela Exma. Juíza Camila Monteiro Pullin Milan, Titular da 11a. Vara da JFAL, subseção judiciária de Santana do Ipanema/AL.
Os presos serão conduzidos à Superintendência Regional de Polícia Federal em Alagoas.
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