Apesar da negativa do presidente Jair Bolsonaro em realizar uma reforma ministerial, partidos do Centrão já dão como certa uma reestruturação no primeiro escalão.
A reação de Bolsonaro depois que o vice-presidente Hamilton Mourão explicitou o cenário de mudança no primeiro escalão acontece por desgaste junto aos seus apoiadores por aderir explicitamente ao chamado “toma-lá-dá-cá”.
Lideranças do Centrão e de outros partidos apostam numa mudança de cargos não só na Esplanada dos Ministérios, mas também nas estatais. E já discutem sem reserva o loteamento de espaços.
A expectativa é de mudança em pastas como Cidadania, Secretaria de Governo, Desenvolvimento Regional, Minas e Energia e até mesmo Saúde, num segundo momento, além de recriação de ministérios.
“Caso não haja essa redivisão de espaços para contemplar esse novo desenho de forças que sairá da sucessão para os comandos da Câmara e do Senado, Bolsonaro ficará enfraquecido na sua governabilidade. Ele sabe disso e quer se blindar no Congresso. Por isso, apesar das negativas oficiais, o presidente já sinalizou com essas mudanças”, disse ao Blog um integrante do Centrão que está nas articulações da candidatura do deputado Arthur Lira, do PP. Também há cobiça de senadores por ministérios.
O desconforto de Bolsonaro com essa situação ficou claro na quinta-feira (28). Em conversa com simpatizantes em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente disse que só ele troca ministro e descartou uma ampla mudança no primeiro escalão.
E acrescentou que tudo o que o governo não precisa neste momento é de “palpiteiro”, numa referência à afirmação de Mourão sobre a reforma ministerial depois das eleições para os comandos do Congresso.
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