"A missão não está cumprida. É parte da história saber seguir o percurso, reconhecendo as etapas concluídas e os novos desafios que se apresentam, por isso não se trata de um fim, talvez de um recomeço. Os meus princípios me trouxeram ao Ministério Público. Aqui pude defendê-los, aperfeiçoá-los e praticá-los. Serão os mesmos que me levarão adiante. Hoje devolvo a essa instituição o cargo de procurador-geral, que procurei honrar em cada minuto da minha atuação. Também encerro a minha carreira no Ministério Público de cabeça erguida”, assinalou Alfredo Gaspar, em seu discurso na concorrida cerimônia de adeus, na sede do MP, no bairro do Poço.

Com sua decisão, Alfredo Gaspar guarda seu paletó e suas gravatas, arregaça as mangas da camisa, e vai à luta por outros sonhos. Vai às ruas, ouvir as pessoas, sentindo de perto os problemas e construindo alternativas e projetos futuros.

“Deixo o MP com a certeza de que o espírito de servir Alagoas estará sempre vivo dentro de mim. Aqui tive o privilégio de trabalhar, deixar minha contribuição modesta, pela grandeza desta casa, mas inteira, íntegra e total. A possibilidade de abraçar uma nova missão me leva a esta decisão”, disse Alfredo Gaspar.

Com o desligamento de Alfredo Gaspar do cargo, a chefia do MP fica com o subprocurador-geral, Márcio Roberto Tenório de Albuquerque, que ocupava a função desde janeiro, quando Gaspar saiu em férias. Durante a cerimônia de passagem do cargo, o novo chefe do MP falou sobre a passagem de bastão.

“Nós que formamos o Ministério Público temos a certeza de que todo legado deixado por Alfredo Gaspar foi marcante, sobretudo pela firmeza e determinação de seus atos, e da oportunidade que ele nos deu em sucedê-lo, quando todos nós do colegiado estamos preparados para assumir a honrosa função, por amor à causa. Fica agora o vazio da sua presença física, mas o que nos conforta é a certeza de que onde esteja tenha a certeza de que levará parte do MP, seja nas suas futuras jornadas e na sua vida vitoriosa. Uma vitória nossa e do povo alagoano e brasileiro”, disse Márcio Roberto.

DIFÍCIL DECISÃO

Buscar outros caminhos não foi uma decisão fácil, mas, para Alfredo Gaspar era uma questão de escolha categórica entre a razão e a emoção. Como membro do MP, sempre trabalhou nas missões em que esteve ao seu alcance, e agora abre mão dessa função, para buscar novos projetos.

“Eu quero cuidar das pessoas. Ser parte da solução dos problemas que afligem a sociedade: ir para as ruas, ouvir a população, ver as coisas mais de perto, e construir diálogos alternativos. Estou tomando uma decisão muito importante, que é me entregar 100% a esses estudos. É por isso que estou abraçando essa nova missão”, assinalou Gaspar.