Santana do Ipanema deverá ser transformada no maior palco de disputa política dos últimos tempos.
O município vem sendo administrado ao a vários anos pela família Bulhões, que conta com o apoio dos senadores Renan Calheiros e Renan Filho. Porém, dizem os mais experientes em política que a cada doze anos o santanense defenestra uma gestão e dá oportunidade a outros grupos políticos.
E 2024, quando haverá eleição municipal em todo o país, completa-se o ciclo dos doze anos da família Bulhões, que iniciou através do mandato do ex-deputado Isnaldo Bulhões, que assumiu a prefeitura de 1983 até 1988. Em 2005, foi a vez da médica Renilde Bulhões, esposa de Isnaldo, assumir a prefeitura. Ela venceu a eleição contra Marcos Davi, que era prefeito na época. Renilde ficou no poder por dois mandatos, até 2015, quando os Bulhões perderam as eleições novamente para a oposição que elegeu Mário Silva, que não conseguiu se reeleger, abrindo espaço para o retorno dos Bulhões, em 2017, quando Isnaldo retornou à administração municipal. Mas um infortúnio o tirou da vida pública e Isnaldo Bulhões morreu em 2020 de Covid-19. Sua sucessora foi a filha, a vice-prefeita e médica Christiane Bulhões (MDB) que se reelegeu no mesmo ano da morte do pai.
Sem nenhum nome forte para apoiar até o momento, embora na Câmara Municipal vereadores que dão sustentação ao governo da família Bulhões disputam acirradamente tal indicação, é a oposição que demonstra sua habilidade e força.
Com apoio do presidente da Câmara Federal, o deputado Arthur Lira (PP), que tenta desarticular em sua terra natal o possível lançamento do nome do deputado Isnaldinho Bulhões (MDB) para sua sucessão a frente da presidência da Câmara, a aposição em Santana só se fortalece e assim começa a montar o ringue que terá como protagonistas principais Arthur Lira x Renan Calheiros.
E enquanto os Bulhões estudam quem poderia sucede-los foi Arthur que deu o primeiro passo visando a sucessão municipal com um nome de oposição. Trata-se do advogado e ex-vice prefeito do município, Edson Magalhães que convidou o ex-deputado federal Carimbão, a pedido de Lira, para ser seu vice. O anuncio das pré-candidaturas de Edson Magalhães e Carimbão e a certeza dos projetos futuros de Arthur Lira teriam mudado todos os planos anteriormente discutidos e começado a serem colocados em pratica pela família que se mantém no poder.
Envolvida numa série de denúncias que atingem o Hospital Clodolfo Rodrigues de Melo, administrado por uma parceria entre o Governo do Estado, prefeitura do município e o Instituto Nacional de Pesquisa e Gestão em Saúde (InSaúde), com sede administrativa na cidade de São Bernardo dos Campos, em São Paulo e que é alvo de investigações do Ministério Público de São Paulo e Alagoas que apuram denúncias de superfaturamento e mortes de pacientes provocadas por supostos casos de negligencia médica, além de mau atendimento e a falta de uma maternidade para casos de gestantes de alto risco e um centro de hemodiálise, o que força milhares de pessoas terem que ir durante as madrugadas para Maceió, os últimos meses da família Bulhões no poder do Executivo se tornaram um “prato cheio” para a oposição, que, por enquanto, sem encontrar resistência tem seguido com suas articulações.
Neste sábado (2), como presidente do diretório do PP em Santana, o advogado Edson Magalhaes comandou um ato de filiações de novos nomes, que juntos se comprometeram em marchar juntos a partir de agora. Foram filiados ao PP os ex-prefeitos Mário Silva e Marcos Davi, os ex-vereadores Afonso Gaia e Jacson Chagas e os suplentes Andrea Alencar, Clécio Manoel e André Alencar. Todos devem ser candidatos a vereadores. Outro nome que também deverá, no futuro, integrar o grupo Progressista de oposição será da vereadora Carol Magalhães, que tem se destacado na Câmara Municipal como a voz da oposição do Legislativo.
Sem confirmar a data, garantindo que será muito em breve, Arthur Lira já se organiza para ir até Santana, onde conversará com os integrantes de seu partido e com empresários e comerciantes locais que pleteiam serem ouvidos pelo presidente da Câmara, após - segundo esses empresários e comerciantes - não terem tido o tratamento prometido pela atual gestão.
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