A crise no Equador explodiu em um momento de troca no Ministério da Justiça, acendendo o alerta na equipe do presidente Lula sobre a importância de ter alguém dentro da pasta capaz de coordenar uma política de segurança que possa combater efetivamente a criminalidade.
O caos no país vizinho tem origem no descontrole do crime organizado, que se transformou em um Estado paralelo.
A avaliação é que, no Brasil, ainda não se chegou a esse ponto no plano nacional. Mas, nos estados, a realidade é outra, com os governadores e prefeitos sem condições de tomar medidas públicas em algumas áreas dominadas por organizações criminosas.
E a segurança pública se tornou, neste início de mandato do presidente Lula, um dos principais temas, e vai estar ainda mais presente no debate da campanha eleitoral deste ano.
A equipe que está de saída do Ministério da Justiça, Flávio Dino e Ricardo Cappelli, montou e estava executando um plano de combate ao crime organizado elogiado dentro do governo, baseado principalmente em ações de inteligência para sufocar financeiramente as organizações criminosas.
Para manter essa política, Flávio Dino tem defendido a manutenção de Cappelli na secretaria-executiva, só que esse é um cargo de confiança do ministro.
Ricardo Lewandowski, nome já considerado como certo para o lugar de Flávio Dino, quer levar nomes de sua relação pessoal para os principais cargos do ministério.
Defendido inicialmente por Dino para substituí-lo, Ricardo Cappelli, que está interinamente no posto, já avisou que não fica na pasta em outra secretaria, como a Secretaria Nacional de Segurança Pública, porque não teria poder para implementar uma política de segurança efetiva.
Ele tem lembrado que o responsável pela segurança pública precisa ter poder sobre várias secretarias da Justiça, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Isso, apenas o ministro tem. Mas ele pode ficar mais tempo no cargo se Lula não resolver pendências para indicar ainda nesta semana Lewandowski, seu preferido, no lugar de Flávio Dino.
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