Em uma rede social, Targino atribuiu a exoneração à interferência do deputado federal Givaldo Carimbão (PHS), que desde que a pasta foi criada, em 2010, é quem indica o secretário e outros membros da equipe.

“Por determinação do deputado Carimbão o governo me concedeu exoneração”, escreveu Targino, em uma rede social, na última sexta-feira (3). “Hoje se encerra um ciclo, inclusive de alianças! Declaro aqui meu total desligamento do grupo do deputado Carimbão. Foram 6 anos dedicados ao grupo, desenvolvendo um trabalho sério, à frente de políticas inovadoras e de grande importância para o Estado. No entanto, o respeito e consideração não parecem ter sido recíprocos”, continuou, na mesma postagem, o ex-superintendente.

Ronaldo Targino também faz parte da Igreja Católica e atua em movimentos ligados ao arcebispo dom Antônio Muniz, que já declarou, numa nota de repúdio, que a Seprev é usada para fins políticos, pois é o “sustentáculo que alimenta essa engrenagem”.

Na mesma nota, publicada no dia 15 de fevereiro pela Arquidiocese de Maceió, o arcebispo afirmou que existe uma “utilização politiqueira das comunidades terapêuticas por parlamentares do nosso Estado de Alagoas”. Essas comunidades, que ofertam tratamento gratuito para dependentes químicos, são contratadas e pagas pela Seprev.

No dia 16, também por meio de nota, a Secretaria ressaltou que “é a favor de uma abordagem totalmente técnica quanto ao tratamento de dependentes químicos e que defende a isenção política de todas as comunidades e instituições acolhedoras de dependentes químicos, que devem estar totalmente focadas no tratamento e recuperação das pessoas com dependência química”.

Ronaldo Targino é bacharel em Direito e estava no cargo de superintendente da Seprev desde abril do ano passado. Na segunda gestão do ex-governador Teotonio Vilela (PSDB), ele ocupou a Superintendência de Promoção da Cultura de Paz na mesma secretaria “comandada” pelo deputado federal Givaldo Carimbão.

Em dezembro do ano passado, o então secretário da Seprev, Jardel Aderico – que assumiu o cargo em janeiro de 2015 por indicação de Carimbão – foi exonerado do cargo pelo governador Renan Filho. O motivo da exoneração seriam divergências entre Jardel e o próprio deputado federal.

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