Ao longo de quatro anos, 598 homens e mulheres assumiram assentos na Câmara dos Deputados na condição de titular ou suplente em três sessões plenárias por semana, totalizando 457 debates na 56ª legislatura, que se encerra em fevereiro. Apesar da presença em plenário ser obrigatória, algumas bancadas estaduais e partidárias comparecem com maior frequência do que as outras. Entre o Espírito Santo e o Alagoas, o abismo fica perceptível.
Abastecida com dados da Secretaria-Geral da Mesa na Câmara, a ferramenta Radar do Congresso, desenvolvida pelo Congresso em Foco, fornece dados relativos à presença em plenário de todos os parlamentares, registrando tanto faltas justificadas (como por questões de saúde ou licença maternidade ou missões oficiais) quanto não justificadas. Com base nessas informações, é possível comparar a assiduidade de cada deputado.
A assiduidade dos deputados por estado pode ser comparada por meio da taxa que resulta da divisão do total de sessões em que participaram seus parlamentares pelo total de faltas, justificadas ou não. Uma taxa de 10 sessões/falta, por exemplo, significa que faltou um parlamentar daquela bancada a cada 10 sessões.
Os dados colhidos sobre a 56ª legislatura demonstram que os estados do Espírito Santo e de Santa Catarina tiveram, proporcionalmente, as bancadas mais presentes nas sessões da Câmara dos Deputados. As duas unidades alcançaram a taxa de, respectivamente, 24,97 sessões/falta e 23,59 sessões/falta.
No outro lado estão os estados de Alagoas, terra do presidente da Cãmara Arthur Lira (PP), com 7,15 sessões/falta, e Roraima, com 8,84 sessões/falta. Também ficaram com taxas inferiores a dez os estados da Paraíba, com 9,32, e do Amapá, com 9,51. A média entre todas as unidades federativas foi de 13,51, valor acima de 16 estados incluindo São Paulo (14,56) e Rio de Janeiro (12,34).
Confira a lista completa de presenças e faltas por estado:
ALAGOAS
Sessões: 4113
Faltas total: 575
Sessões por falta: 7,15
Atuação partidária
Entre os partidos, a maior taxa de presença em plenário foi a do Novo, com 47,48 sessões/falta, seguido do Cidadania, com 25,65 sessões/falta, e o PCdoB, com 22,60. No polo oposto estão o Psol, com 8,10, o Solidariedade, com 8,94, e o PTB, com 9,88. A média entre os partidos é de 15,09 sessões/falta.
O PT, PSB e PDT, três maiores partidos de oposição ao governo Bolsonaro, alcançaram taxas de presença de respectivamente 16,63; 15,96 e 14,89. Entre os três maiores partidos da antiga base, PL, PP e Republicanos, as taxas já foram 11,82; 10,98 e 12,47. O PSDB e MDB, que procuraram se estabelecer como terceira via, tiveram taxas de 13,18 e 10,04.
Utilize o formulário abaixo para comentar.