As divergências com Lula e o PT criadas desde então são, para Heloísa Helena, inconciliáveis e justificariam a invocação da cláusula de divergência. Para ela, as propostas de Ciro, especialmente com relação à economia, são melhores e mais próximas com a sua linha de pensamento e com o que ela acredita melhor para o país.
Questões regionais
A “cláusula de divergência pública” deverá ser invocada por Rede e Psol para outras questões de ordem regional. Em Minas Gerais, por exemplo, a Rede deverá apoiar a candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Khalil (PSD) ao governo. O Psol não seguirá tal apoio e invocará a cláusula para ter um candidato próprio ao governo, cujo nome ainda não foi definido. No Espírito Santo, a Rede lançará como candidato a governador o ex-prefeito de Vitória Audífax Barcelos. De novo, o Psol não deverá seguir o apoio, invocando a cláusula.
Com relação a Lula, ainda é uma incógnita qual deverá ser o caminho da outra estrela da Rede, Marina Silva. Segundo interlocutores, Marina está aguardando algum gesto de aproximação de Lula, o que não aconteceu. Enquanto tal gesto não acontecer, ela não deverá se antecipar quanto ao apoio ou algum outro posicionamento.
Heloísa no Rio, Marina em São Paulo
Depois de Dilma Rousseff, eleita duas vezes, Marina Silva e Heloisa Helena são as duas mulheres que mais obtiveram votos para presidente da República no país. Assim, elas estarão posicionadas como potenciais puxadoras de voto para a Rede nas eleições deste ano, no esforço do partido, federado com o Psol, de ultrapassar a cláusula de barreira. Nesse sentido, a Rede resolveu posicionar ambas em colégios eleitorais importantes, Marina Silva será candidata a deputada federal em São Paulo, e Heloisa Helena no Rio de Janeiro.
Natural da cidade de Pão de Açúcar em Alagoas, Heloisa Helena brinca que agora o destino resolveu levá-la para perto de outro “Pão de Açúcar”, no caso o famoso morro do Rio. Ela nunca vivera antes na cidade, onde chegou a morar seu pai, Luiz, que ela não chegou a conhecer (ele morreu quando ela tinha dois meses de idade).
A decisão de levar sua candidatura para o Rio de Janeiro foi tomada no ano passado. Ela, então, alterou seu domicílio eleitoral para a cidade. Está relacionada com o desempenho que ela teve quando foi candidata à Presidência pelo Psol nas eleições de 2006, quando terminou em terceiro lugar, com 6,5 milhões de votos (6,85% do total). Heloisa foi bem votada na cidade do Rio e em outras regiões do estado, como a Baixada Fluminense.
Houve também um acerto entre ela e Marina Silva para a escolha dos locais onde se candidatariam. Marina preferiu São Paulo, e Heloisa ficou, então, com o Rio.
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