O procurador-geral de Justiça de Alagoas, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, pediu ao Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) a prisão preventiva do prefeito Eraldo Joaquim Cordeiro (PSD), dos vereadores Kel (PSB), Fabíola Marques (PSL), Kinho (PRP), Júnior Lisboa (MDB), Casa Grande (PPS) e Marcos Costa (MDB), ex-secretário de governo Sivinho, ex-vereador Valdo Sandes e o pregoeiro Bruno Constant Mendes Lobo. Além disso, foi pedido ainda o afastamento dos cargos de 57 integrantes e ex-integrantes da gestão municipal, incluindo secretários e o chefe de gabinete.
A denúncia ofertada pelo Ministério Público de Alagoas (MPE/AL) está datada do dia 26 de setembro deste ano e é referente à investigação de um esquema de fraude de licitação que teria desviado cerca de R$ 20 milhões dos cofres da prefeitura, fato pelo qual foram apreendidos vários documentos em uma operação deflagrada no dia 15 de março deste ano pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Na ocasião foram cumpridos mandados de busca e apreensão no prédio da prefeitura e em outros setores da administração municipal. As provas coletadas são citadas na denúncia oferecida pelo MPE/AL, que aponta o prefeito como chefe de uma organização criminosa, com o objetivo de desviar dinheiro público.
Na justificava para os pedidos de prisão e afastamento, o procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar, relatou que “a gravidade real dos delitos imputados aos denunciados, notadamente pela forma como toda a trama, em tese, teria se desenvolvido, com a atuação, inclusive, de grande número de servidores do primeiro escalão da Administração Pública daquele Município, demonstrando desprezo pela “coisa pública”, em plena subversão aos fins a que se destina os cargos por eles ocupados, resta evidente que se impõe uma providência imediata do Poder Público, sob pena de se pôr em risco, inclusive, a legitimidade do exercício da jurisdição penal, devendo, pois, ser determinado o afastamento daqueles que ainda exercem cargo, emprego ou função naquela entidade estatal, bem como serem decretadas as prisões preventivas dos denunciados que integram os núcleos administrativo, político e econômico da organização criminosa”.
Resposta dos citados
O presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Kel, informou que não tomou conhecimento oficial do caso, mas que está com a consciência tranquila de que não fez nada de errado. “Estou na cidade, tranquilo, à frente de minhas atividades”, disse.
O vereador Kinho informou que tomou conhecimento do caso por meio da reportagem e que somente irá se pronunciar a respeito, quando se inteirar do que está sendo acusado. “Acho um absurdo. Tem que mostrar onde foi que errei”, finalizou.
A reportagem tentou contato via telefone com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura, mas a ligação não foi atendida. Também não houve êxito no contato com os demais citados.
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