A executiva nacional do PSB aprovou nesta quinta-feira (9) o início das negociações para formar uma federação partidária com o PDT e o Solidariedade. A medida é o primeiro passo para a união das siglas.
A decisão foi tomada por ampla maioria em encontro da direção do partido, que contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Os três partidos têm um encontro marcado para a próxima terça-feira (14). O objetivo é aprofundar os detalhes da união.
As federações partidárias são uniões de dois ou mais partidos que passam a atuar como se fossem um só. Têm prazo mínimo de quatro anos e são vistas como uma espécie de ‘boia’ para partidos menores, ameaçados pela cláusula de barreira, que limita acesso ao fundo partidário e ao tempo de TV com base em um número mínimo de votos.
A partir da federação, os desempenhos obtidos pelas legendas que integram uma federação serão somados, o que ajudará a evitar a paralisação financeira das siglas.
Segundo dirigentes das siglas ouvidos pelo g1, as tratativas ocorreram, inicialmente, por afinidade eleitoral entre PDT e PSB. O Solidariedade entrou na discussão nos últimos.
Em 2022, as três siglas tiveram desempenho considerado ruim nas eleições à Câmara dos Deputados, que é levada em consideração para distribuir recursos financeiros. O PSB saiu de 18 deputados para 14. O PDT, de 28 para nove. E o Solidariedade precisou oficializar uma incorporação com o Pros para alcançar sete deputados e conquistar o mínimo necessário para conseguir o fundo partidário, utilizado para financiar despesas correntes das legendas.
Presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira afirmou que as novas regras do sistema eleitoral empurraram o partido a buscar maneiras de se fortalecer. Por ora, disse, a sigla optou por negociar uma federação.
Siqueira disse ainda esperar que a união seja válida já nas próximas eleições e que se estenda até 2026, ano de eleições presidenciais.O desejo é ampliar a base progressista nas duas próximas eleições.
“A executiva decidiu nos dar poderes para iniciar essa conversa. A proposta é que seja feita para as duas próximas eleições. Espero que seja desde logo”, afirmou.
No último ano, o PSB chegou a discutir a participação em uma federação partidária com PT, PCdoB e PV. A intenção era ampliar a base aliada à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Meses depois, PT e PSB tiveram divergências em relação à estrutura da união e à escolha de candidaturas regionais – em uma federação, os partidos devem lançar um único candidato.
Para Carlos Siqueira, à época, a estrutura do PT influenciou na derrocada das negociações. Com PDT e Solidariedade, siglas avaliadas por ele como médias, a discussão deve “fluir de forma mais fácil”. “Na maioria dos estados, não tem problema nenhum”, disse.
Mesmo com a avaliação, Siqueira afirmou que “tudo está em aberto” e que ainda é preciso aguardar as negociações com as outras siglas.
Ao g1, o presidente nacional do Solidariedade declarou que ainda “falta tudo” para que os partidos formalizem a união. A expectativa, segundo ele, é que as siglas avancem em detalhes importantes para a estruturação regional das legendas.
“Falta tudo agora. O diabo mora nos detalhes. Vamos discutir como será a organização em cada estado, a nível nacional, nos municípios. Vamos discutir como vai ser a escolha de candidatos. Tem todo um detalhamento que ainda precisa ser feito pelos partidos.
Outros temas
Além da federação, o PSB aprovou ainda uma nota de repúdio à ditadura da Nicarágua. O documento reitera a democracia como valor universal e se solidariza com a população do país.
Segundo o presidente da sigla, a legenda também aprovou o endosso à iniciativa da deputada federal Tabata Amaral (SP) contra o discurso com falas transfóbicas do também deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) na última quarta (8).
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