Há meses, integrantes do PSB discutem uma aliança com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como estratégia para derrotar Jair Bolsonaro. Na conversa de ontem, em Brasília, um passo importante: a demarcação de territórios, os interesses regionais que podem unir ou abalar a reaproximação. O PSB quer o apoio ou, no mínimo, a neutralidade do PT em estados estratégicos para o partido, como Pernambuco, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo e Distrito Federal. Em troca, estará com Lula já no primeiro turno e não com um nome da Terceira Via.
Lula disse que se encontrou recentemente, por acaso, com Pedro Parente no aeroporto. Os dois teriam conversado sobre o filho do ex-ministro de FHC, Rafael Parente, pré-candidato ao Palácio do Buriti. Rodrigo Rollemberg confirmou o projeto local. Para Lula, não há muita dificuldade, uma vez que o PT de Brasília não tem candidato natural ao GDF. Para fazer a coisa andar, Lula pediu que a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, organize um encontro entre petistas e a cúpula do PSB do DF.
Nesta quarta-feira (6) depois do encontro com o PSB, Lula estará com emedebistas. O ex-senador Eunício Oliveira (MDB-CE) prepara dois carneiros para servir em casa ao ex-presidente Lula e a caciques do MDB. O voto de Eunicio, Lula já tem. Assim como o de muitos políticos do MDB do Nordeste. Mas vai ser difícil fechar uma coligação sem prejudicar alianças regionais, especialmente no Sul e no Sudeste, onde há emedebistas com ojeriza a Lula, como, por exemplo, o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), da bancada ruralista no Congresso.
Tempero lulista
Eunício teve a ideia de matar carneiros de sua fazenda para servir no jantar com caciques do MDB, porque conhece o gosto de Lula. Ao receber o petista em seu apartamento em Fortaleza, há um mês, o ex-senador também mandou preparar o prato. Lá teve a ajuda da noiva de Lula, Janja da Silva, que foi para a cozinha ajudar no tempero.
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