O governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), disse nesta sexta-feira (23) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) lhe pediu que "colaborasse no diálogo" com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), indicado para ser o relator da CPI da Covid.
Como adiantou o repórter Nilson Klava no Blog do Camarotti, o presidente ligou para o governador de Alagoas na terça (20). O gesto evidencia uma mudança de estratégia do Planalto, que trabalhou para evitar a indicação de Calheiros, nome visto pelo governo como oposicionista.
O plano de trabalho da CPI da Covid prevê acareações, quebras de sigilo e a convocação dos principais auxiliares do presidente Jair Bolsonaro para prestarem esclarecimentos sobre ações e eventuais omissões do governo federal no enfrentamento ao coronavírus.
"Ele falou comigo a respeito da CPI, ligou para isso, foi uma ligação cordial do presidente, eu o tratei como sempre o trato, cordialmente. Nós temos uma relação institucional, do Governo Federal com o Governo do Estado, nesse momento da pandemia, sobretudo, é fundamental que trabalhemos integradamente. Ele falou sobre a CPI, colocou que o momento é de dificuldade para ocorrer uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Eu não discordei, mas entendo, na ligação não discordei, mas entendo que a decisão de CPI ou não cabe ao Congresso Nacional, não cabe a mim, né?", disse Renan Filho.
Em entrevista ao Jornal Nacional, o senador Renan Calheiros comentou sobre o gesto de Bolsonaro em ligar para o filho dele.
"O presidente nunca me telefonou. Eu recebi um aceno através do líder Fernando Bezerra e, nas últimas horas, esse telefonema para o governador. Mas, assim, ele não precisa ter nenhuma preocupação. Porque o inimigo da Comissão Parlamentar de Inquérito é a pandemia”, revelou Calheiros.
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