Os pagamentos do benefício ofertado para pessoas que ficaram sem renda durante a pandemia do novo coronavírus foram recebidos por Herminho entre os meses de abril e julho de 2020, quando ele estava afastado do cargo de secretário municipal de Administração para concorrer à eleição na qual foi eleito vice-prefeito.

Herminho faz parte do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) desde 31 de março de 2020 e por isso foi aprovado para receber quatro parcelas de R$ 600,00 do Auxílio Emergencial, totalizando R$ 2.400,00. Antes, como secretário de Administração, ele recebia líquido R$ 1.835,67 por mês.

O CadÚnico é destinado para famílias de baixa renda, aquelas que possuem renda mensal por pessoa de até meio salário mínimo ou renda familiar total de até três salários mínimos.

Formado em Administração, Herminho, que já foi secretário municipal mais de uma vez, é tio do prefeito e irmão de ex-prefeito do município, não se enquadraria nesse perfil, embora conste no cadastro dele do CadÚnico que a faixa de renda familiar total é de até um salário mínimo.

A reportagem do Correio Notícia fez contato com o vice-prefeito por meio de telefone para falar sobre o caso. A princípio, ele se limitou a dizer que não iria falar sobre o assunto porque já havia devolvido o valor, mas acabou passando outras informações.

Sem responder se fez o cadastro para receber o benefício, Herminho confirmou que recebeu as quatro parcelas do auxílio, não obstante explicou que quando as recebia devolvia imediatamente, mês a mês, entre abril e julho. Ele acredita que houve um erro do Governo Federal em beneficiá-lo.

O Correio Notícia também fez contato com o Ministério da Cidadania para saber por que o vice-prefeito faz parte do Cadastro Único, mesmo tendo um perfil socioeconômico incompatível, mas não obteve retorno até essa postagem.