Estar com o nome “sujo” é uma situação que ninguém quer enfrentar, mas que, infelizmente, é a realidade de muitos brasileiros.

A boa notícia é que, com um pouco de conhecimento e disciplina, é possível evitar que isso aconteça. Neste artigo, vamos mergulhar nas três principais armadilhas financeiras que levam à inadimplência e, o mais importante, vamos te ensinar como fugir de cada uma delas. 

Prepare-se para proteger seu futuro financeiro e garantir a tranquilidade de ter seu nome limpo!

Armadilha #1: O cartão de crédito descontrolado

O cartão de crédito é uma ferramenta fantástica. Ele oferece praticidade, segurança e a possibilidade de parcelar compras maiores. No entanto, ele também é uma das maiores causas de endividamento no Brasil. 

A facilidade de passar o cartão pode nos levar a gastar mais do que realmente temos, transformando um aliado em um grande vilão.

Como essa armadilha funciona?

Imagine que você tem um limite de R$ 2.000 no seu cartão. Você faz algumas compras, e logo a fatura chega, com um valor de R$ 1.500. Se você pagar o valor total, não há problema. Mas se você pagar apenas o mínimo, digamos R$ 300, os R$ 1.200 que sobraram se transformam em uma dívida com juros altíssimos, conhecidos como juros do rotativo. 

No mês seguinte, essa dívida cresce, e se você continuar pagando só o mínimo, ela vira uma bola de neve, cada vez maior e mais difícil de controlar.

Como evitar essa armadilha?

• Pague sempre o valor total da fatura: Essa é a regra de ouro. Se você não consegue pagar o total, é um sinal claro de que gastou mais do que devia. Nesse caso, a próxima dica é fundamental.
• Use o cartão como se fosse dinheiro à vista: Antes de fazer uma compra, pergunte a si mesmo: "Eu teria esse valor em dinheiro agora?" Se a resposta for não, talvez seja melhor repensar a compra.
• Acompanhe seus gastos: Use aplicativos de controle financeiro ou simplesmente anote em um caderno todas as compras que você faz com o cartão. Isso te dá uma visão clara de onde seu dinheiro está indo e te ajuda a não estourar o orçamento.
• Reduza o limite do cartão: Se você sabe que tem dificuldade em controlar os gastos, entre em contato com o seu banco e peça para reduzir o limite do seu cartão. Assim, você se protege de gastar mais do que pode pagar.

Armadilha #2: Empréstimos e financiamentos mal planejados

Pegar dinheiro emprestado pode ser necessário em algumas situações, como para comprar um carro, uma casa, ou para realizar um sonho. 

O problema surge quando não planejamos bem o empréstimo e acabamos comprometendo uma grande parte da nossa renda mensal com as parcelas.

Como essa armadilha funciona?

Suponha que você ganhe R$ 3.000 por mês. Você decide financiar um carro e as parcelas ficam em R$ 1.500. Isso significa que metade do seu salário já está comprometido com a dívida, sobrando apenas a outra metade para todas as suas outras despesas: aluguel, alimentação, contas de luz e água, transporte, etc. 

Em pouco tempo, qualquer imprevisto, como um gasto médico ou uma manutenção na casa, pode te fazer atrasar a parcela do carro, e a inadimplência bate na porta.

Como evitar essa armadilha?

• Não comprometa mais de 30% da sua renda: Uma boa regra geral é que o valor total das suas dívidas (parcelas de empréstimos, financiamentos, etc.) não deve ultrapassar 30% do seu salário. No exemplo acima, o ideal seria que a parcela do carro fosse, no máximo, R$ 900 (30% de R$ 3.000).
• Faça simulações: Antes de assinar qualquer contrato, pesquise e faça simulações em diferentes bancos e instituições financeiras. Compare as taxas de juros, o valor das parcelas e o tempo total para quitar a dívida.
• Leia o contrato com atenção: Não tenha pressa. Leia cada linha do contrato, entenda todas as cláusulas e tire todas as suas dúvidas com o gerente ou responsável. Se algo não estiver claro, peça explicações. Lembre-se, o que está escrito é o que vale.

Armadilha #3: O nome de terceiros e a irresponsabilidade compartilhada

Às vezes, a restrição no CPF não vem de uma dívida que você fez, mas de uma dívida que você aceitou fazer para outra pessoa. 

É muito comum que um amigo ou familiar peça para você emprestar seu nome para comprar algo ou pegar um empréstimo, com a promessa de que ele pagará tudo. Infelizmente, essa é uma das armadilhas mais perigosas e que pode causar grandes dores de cabeça.

Como essa armadilha funciona?

Seu amigo precisa comprar uma geladeira, mas está com o nome sujo. Ele te pede para comprar no seu nome, parcelado em 12 vezes, e jura que pagará todas as parcelas em dia. 

Você, querendo ajudar, aceita. No início, ele paga certinho. Mas depois de alguns meses, ele para de pagar. Como a geladeira está no seu nome, a dívida e a responsabilidade de pagar as parcelas são suas. 

O lojista não tem nada a ver com o acordo entre vocês. Em pouco tempo, seu nome é negativado e você se vê com uma restrição no CPF por uma dívida que nem era sua.

Como evitar essa armadilha?

• Diga não: Essa é a melhor e mais segura forma de evitar essa armadilha. Ajudar as pessoas é bom, mas colocar suas finanças em risco não é. A sua saúde financeira deve ser a sua prioridade.
• Explique a situação: Se for um amigo ou familiar, explique que você se importa, mas que emprestar seu nome pode te prejudicar muito. Use os exemplos que você aprendeu aqui. Ele vai entender. Se não entender, talvez não seja um amigo tão bom assim.
• Não seja a “ponte”: Se você precisar ajudar, ajude de outras formas. Ajude a pessoa a procurar opções de crédito ou a organizar as finanças dela. Mas não seja a ponte entre a dívida e o seu nome.

E se eu já estiver com o nome sujo? O que fazer?

Se você já está com o nome sujo, não se desespere. O primeiro passo é saber exatamente qual é a dívida e quanto você deve. Para isso, você pode fazer uma consulta serasa. Depois de entender a situação, o próximo passo é negociar.

Muitas empresas oferecem condições especiais para quem quer renegociar dívidas, com descontos e parcelamentos que cabem no seu bolso. Entre em contato com a empresa credora, explique sua situação e mostre seu interesse em resolver o problema. 

Com boa vontade de ambas as partes, é possível encontrar uma solução e, em pouco tempo, limpar seu nome e recuperar sua saúde financeira.

Lembre-se: ter restrição no CPF não é o fim do mundo, mas é um sinal de alerta de que algo precisa mudar nas suas finanças. O mais importante é aprender com os erros e construir hábitos financeiros mais saudáveis para o futuro. Sua tranquilidade financeira agradece!