O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, anunciou nesta quarta-feira (5) que, se eleito, vai nomear os economistas Mauro Benevides Filho e Nelson Marconi para o comando de ministérios de seu eventual governo. O pedetista disse, no entanto, que ainda não decidiu que pastas os dois economistas ocupariam na Esplanada dos Ministérios.
Ciro anunciou os primeiros nomes de eventual governo ao ser questionado por jornalistas sobre nomes ministeriáveis em uma entrevista que ele concedeu após encontro com economistas, em São Paulo.
"Tenho dois aqui: um no meu ombro esquerdo e outro no meu direito. Não sei quais pastas ainda, mas esses dois serão os cérebros importantes de um governo meu: Mauro Benevides Filho e Nelson Marconi. Vamos decidir. Depois vou fazer o par ou ímpar com eles", afirmou Ciro Gomes aos repórteres.
Ex-deputado estadual e ex-secretário da Fazenda e do Planejamento do Ceará, Mauro Benevides Filho é integrante da assessoria econômica da campanha presidencial de Ciro Gomes. Ele é filho do ex-senador e ex-deputado federal cearense Mauro Benevides.
Já Nelson Marconi é coordenador do curso de graduação em economia da FGV, em São Paulo. Ele é doutor em Economia de Empresas pela fundação.
Regulação bancária
Em outro trecho da entrevista, Ciro afirmou que, se eleito, não tem intenção de "internacionalizar o mercado financeiro brasileiro", porém, ressaltou que pretende implementar medidas de regulação no setor bancário para forçar as instituições financeiras a se adequarem ao "padrão civilizado".
O pedetista reclamou da postura dos bancos brasileiros, que, na visão dele, estão cobrando por seus serviços mais do que o valor justo. Para ele, uma das medidas para enquadrar os bancos seria estimular a concorrência interna no mercado financeiro.
Segundo ele, as fintechs – pequenas empresas de tecnologia de serviço financeiro que oferecem crédito e contas pela internet – e as cooperativas de crédito terão papel importante em seu governo para regular o mercado. Além disso, ele disse que, em seu eventual governo, o BNDES "condicionará" as operações com a iniciativa privada "se eles se comportarem".
"Eu não gostaria de internacionalizar o setor financeiro brasileiro, não me agrada a ideia de entregar aos estrangeiros um setor tão sensível e estratégico como esse. Mas, ao mesmo tempo, protegê-los de uma competição mais agressiva, e eles extraindo essa proteção escorchando a sociedade, o mundo produtivo, as famílias, também não dá mais para continuar", declarou.
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