A crise que atinge o Programa do Leite já e sentida, desde a semana passada, em municípios do Sertão de Alagoas. Em Monteirópolis, onde cada beneficiário deveria ter recebido três litros do produto na última sexta-feira (15), apenas um litro foi entregue.
Nesta segunda-feira (18), quando procuraram a sede do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), onde ocorre a entrega do produto, os beneficiários encontraram os freezers vazios. Ficaram, portanto, sem os litros de segunda e de terça-feira (19). A expectativa deles, agora, é voltar a receber o produto nesta quarta-feira (20) – mas sem retroativo.
De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri), que coordena o Programa do Leite, a redução já inclui todos os 102 municípios. Portanto, cada família que recebia sete litros de leite por semana está recebendo apenas quatro.
O motivo, segundo a Seagri informou ao Correio Notícia, por meio de sua assessoria de comunicação, é que os agricultores que vendem o leite ao Estado reduziram a quantidade porque já acumulam sete quinzenas sem receber. Desse modo, a estratégia adotada pela coordenação do programa foi reduzir a quantidade de leite distribuída às 80 mil famílias beneficiárias em todo o Estado.
A justificativa para a crise é apontada como sendo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), responsável pelo repasse, por meio de convênio com a Seagri, de 80% dos recursos para o programa. Os outros 20% são disponibilizados pelo Estado a partir do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep).
Na última sexta-feira (15), em contato com o Correio Notícia, o presidente da Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA), Aldemar Monteiro, informou que obteve do secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Arnoldo Campos, a confirmação de que o repasse do recurso em atraso, cerca de R$ 9 milhões, seria feito ainda esta semana. Com isso, o governo pagaria os agricultores que fornecem o leite ao programa. Juntos, eles somam cerca de 4.700 produtores familiares, que estão organizados em associações e cooperativas.
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