A celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente, neste domingo (5), chama a atenção para um problema que atinge todos os 26 municípios do Sertão de Alagoas: o uso de lixões a céu aberto.
Apesar de proibidos por uma lei federal desde 2014, os lixões continuam sendo usados para o descarte de resíduos sólidos, que poluem o solo, a água, o ar, ameaçam a vida de animais silvestres e colaboram para a proliferação de doenças.
Conforme o Correio Notícia publicou, no dia 21 de maio deste ano, apenas Maceió, capital do estado, utiliza o aterro sanitário, que é uma alternativa aos lixões e evita diversas formas de degradação ambiental.
Os lixões, por outro lado, poluem a água de superfície, o lençol freático, o ar e o solo. Eles também favorecem a proliferação de ratos, moscas de baratas, que transmitem diversas doenças. Os animais silvestres, por sua vez, inclusive aqueles ameaçados de extinção, também podem morrer por contaminação ao procurarem alimento nos lixões.
Numa iniciativa para cumprir a lei e proteger o meio ambiente desses riscos, 16 municípios que fazem parte de um consórcio, o Cigres, construíram em Olho D’água das Flores um aterro sanitário, cujas obras foram concluídas em 2015. O investimento total foi de R$ 3,1 milhões.
Porém, a unidade ainda não pode ser usada porque, de acordo com o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), precisa atender a 12 condicionantes. Segundo o superintendente do Cigres, Antônio Arruda, para cumprir essas exigências, são necessários R$ 8 milhões – valor duas vezes e meia maior do que aquele aplicado na construção do aterro.
“Os consórcios públicos ainda não podem contrair financiamentos. Estamos em tratativas para garantir essas novas formas de captar os recursos ainda necessários, embora a conjuntura atual seja muito desfavorável nas três esferas de governo”, explicou o superintendente.
Enquanto isso, todos os 16 municípios que fazem parte do Cigres continuam despejando 70,64 toneladas de lixo por dia em lixões a céu aberto, segundo dados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh).
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