Listas dão sempre o que falar. São sempre subjetivas, variando de acordo com o gosto e a simpatia dos autores. E para enumerar os “melhores de todos os tempos” na Fórmula 1, onde diversos outros fatores além do piloto possuem grande influência, a missão se torna ainda mais complicada. Foi tentando anular esses fatores externos que a Universidade de Sheffield, na Inglaterra, elaborou um estudo para apontar, cientificamente, quem são os melhores da história da maior categoria do automobilismo mundial. A lista, no entanto, promete provocar mais discussões do que conclusões. Baseou em análises estatísticas, o estudo promete retirar os efeitos dos carros/equipes para se chegar ao piloto mais talentoso da história.. Na primeira colocação do ranking ficou o argentino Juan Manuel Fangio, pentacampeão mundial na década de 1950. Em segundo lugar ficou o francês Alain Prost, grande rival de Ayrton Senna, e tetracampeão entre os anos de 1985 e 1993. O brasileiro tricampeão, por sua vez, apontado na maioria das pesquisas e listas especializadas como o maior de todos os tempos, apareceu somente em quinto, atrás de dois bicampeões, Fernando Alonso e Jim Clark. Outros dois brasileiros aparecem no top 10: Nelson Piquet em sétimo, e Emerson Fittipaldi em oitavo.
Maior campeão da história da Fórmula 1 com sete títulos, Michael Schumacher ficou somente em nono lugar no estudo. A discreta posição deveu-se muito ao desempenho inexpressivo do alemão em sua volta às pistas pela Mercedes de 2010 a 2012.
Levando em conta seus resultados até sua primeira aposentadoria com a Ferrari em 2006, Schumi ainda não seria o líder do ranking, mas apareceria em terceiro na pesquisa. Dentre os pilotos em atividade, Alonso é o mais bem colocado, em terceiro. O tetracampeão Sebastian Vettel aparece em décimo, logo à frente de Lewis Hamilton, o 11º.
- A pergunta “quem é o melhor piloto de todos os tempos na F1” é difícil de responder, porque não sabemos até onde os pilotos vão bem por causa de seu talento ou porque estão guiando um bom carro. Essa questão tem fascinado os fãs há anos e tenho certeza que continuará a fascinar – explica Andrew Bell, autor do estudo.
Alguns resultados surpreendentes prometem gerar polêmica entre os fãs da Fórmula 1. Dentre os mais curiosos está a presença do brasileiro Christian Fittipaldi na 12ª posição. O sobrinho de Emerson disputou apenas 43 GPs ao longo de três temporadas, entre 1992 e 1994, por equipes pequenas como Minardi e Footwork, e teve como melhores resultados três quartos lugares. Já para surpresa geral, o tricampeão Niki Lauda, responsável por recolocar a Ferrari novamente no trilho dos títulos sequer aparece entre os 100 primeiros.
- Nosso modelo estatístico nos permite chegar a um ranking e avaliar a importância relativa dos pilotos e equipes. Há alguns resultados surpreendentes. Por exemplo, o relativamente desconhecido Christian Fittipaldi está no top 20, enquanto o três vezes campeão Niki Lauda nem aparece no top 100. Se esses pilotos corressem por diferentes equipes, seus legados poderiam ter sido bem diferentes - defende o autor.
O estudo chegou à conclusão que o carro tem peso seis vezes maior que o piloto (85% a 15%) para obtenção de resultados, e que esse efeito aumentou ao longo dos anos. A pesquisa também apontou a Ferrari como a melhor equipe da história, seguida por Mercedes, RBR, Benetton, Lotus e Williams. Já o carro mais eficiente de todos, segundo o estudo, foi a RBR de 2011 com a qual Vettel foi campeão ganhando 11 de 19 etapas. Outros carros de destaque foram a Williams de 1992 (Nigel Mansell campeão), a Renault de 2006 (Fernando Alonso campeão) e a McLaren de 1988 (Ayrton Senna campeão).
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