O conselheiro da Secretaria Estadual de Saúde, Tony Cloves, concedeu entrevista na manhã desta sexta-feira (8) ao programa Tribuna Popular, da Rádio Correio FM, apresentado pelo jornalista Jota Silva. Entre os assuntos, ele falou sobre a situação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que vai ter as atividades encerradas pelo Instituto Diva do Brasil (Idab), no próximo dia 16 de março.
Na entrevista, o conselheiro abordou que, após fiscalização em todas as UPAs, a única que apresenta problemas é a de Delmiro Gouveia. “Começa pelo contrato com o Idab, que se deu de forma emergencial, fugindo dos trâmites de licitação pública, o que não é aceito por lei”, abordou.
Tony explicou que, antes do Idab, quem administrou a UPA foi a Santa Casa de São Miguel dos Campos. O conselheiro disse que foi produzido um relatório para apontar as principais irregularidades do atual instituto que administra a unidade.
“Fui pessoalmente a Cacimbinhas, local onde está a sede do Idab e, ao chegar lá, descobri que se trata de uma associação. Enviamos ofício à Secretaria Municipal de Saúde para saber se o instituto prestava atividades na área da Saúde. Obtive a informação que eles não tinham nenhuma atividade na pasta, dentro do município”, acrescentou.
Ainda de acordo com o entrevistado, por diversas vezes, o Idab foi notificado para prestar esclarecimentos sobre as irregularidades constatadas pelo Conselho, mas não correspondeu aos ofícios enviados. “A Secretaria Estadual de Saúde constatou essas irregularidades, inclusive, a falta de repasses do recurso por parte do município de Delmiro Gouveia”, elencou.
Como efeito cascata, o Governo Federal, de acordo com o conselheiro, cortou 50% do valor repassado para a unidade. “A UPA foi desqualificada. Era tipo II e caiu para tipo I, perdendo receita e diminuindo a quantidade de atendimentos, além dos recursos que também despencaram”, destacou.
Os repasses da UPA são de esfera federal, estadual e municipal. “Essas verbas são para que todos os que vêm de fora do estado, da região e do município possam ser atendidos lá. Nosso município só tem a ganhar com a UPA funcionando”, explicitou.
Sobre a fala do gestor do município, Eraldo Cordeiro (acesse aqui), de "cortar na própria carne" para manter a UPA funcionando, Tony Cloves afirmou que o povo vai ser penalizado com tais medidas. “Acho que na carne do gestor não vai. Porque não vai diminuir o salário dos secretários, o dele, nem as diárias, muito menos o duodécimo da Câmara Municipal. O que vai acontecer é que vão ser perdidos recursos na pasta da Saúde, deixando de comprar medicamentos, contratar médicos. Além de fazer uma série de mudanças nas outras pastas. Resumindo, ele vai cortar na carne do povo”, finalizou.
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