Considerado o mês do orgulho LGBTI+, junho marca a resistência da comunidade contra a repressão e o preconceito. Embora a representatividade política dessa parcela da população ainda seja pequena, o Brasil dá passos rumo a um futuro mais justo e igualitário.
Um novo levantamento do Programa Voto com Orgulho, coordenado pela Aliança Nacional LGBTI+ em parceria com o Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBTI+ (Rio de Janeiro) e o Grupo Dignidade (Curitiba), identificou 114 pré-candidatos que pertencem ao espectro LGBTI+.
Comparada com a lista parcial divulgada no mês passado, que apontava 64 pré-candidatos, o aumento foi de quase 80% de novas candidaturas. O número de pessoas heterossexuais que se consideram aliadas da causa ficou em 11.
A maioria dos pré-candidatos são homens cis — se identificam com o gênero biológico — e gays, que somam 57 candidatos. Cinco candidaturas são de homens que se identificam como bissexuais, enquanto três se classificam como pansexuais. Dois homens se identificam como heterossexuais e aliados da causa.
12 pré-candidatas se identificam como mulheres cis e são lésbicas. Nove se identificam como heterossexuais e aliadas da causa; seis se classificam como bissexuais e uma como pansexual.
Nove pré-candidatas se identificam como mulheres trans heterossexuais; enquanto duas são lésbicas e duas pansexuais. Três mulheres trans não definiram a sexualidade, uma se identificou como demissexual (só sente atração quando tem conexão emocional) e outra como assexual (não sente atração sexual). Três mulheres se identificam como travestis heterossexuais; duas pansexuais; uma lésbica e uma bissexual.
Somente dois candidatos são homens trans (não se identificam com o gênero biológico), ambos heterossexuais. Duas candidaturas são de pessoas não-binárias, que não se identificam com um gênero específico.
Atualmente, somente quatro parlamentares no Congresso Nacional fazem parte da comunidade LGBTI+: os deputados David Miranda (PDT-RJ), Vivi Reis (Psol-PA) e professor Israel Batista (PV-DF) e do senador Fabiano Contarato (PT-ES). Nos municípios e estados, a comunidade soma 104 políticos.
“Precisamos aumentar esta representatividade com pessoas com lugar de fala e pessoas aliadas, para enfrentarmos o discurso de ódio LGBTIfóbico apregoado por fundamentalistas religiosos e pessoas extremistas”, destaca o presidente da Aliança Nacional LGBTI+, Toni Reis.
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