Considerado foragido da Justiça de Alagoas, José Márcio Cavalcante de Melo, mais conhecido como “Baixinho Boiadeiro”, teve um vídeo publicado no Youtube, nesta sexta-feira (2), no qual dá detalhes da trama que resultou no assassinato de seu pai, o vereador Adelmo Rodrigues de Melo, conhecido como "Neguinho Boiadeiro”, morto a tiros, no dia 9 de novembro de 2017, em Batalha.
No vídeo, Baixinho Boiadeiro apresenta uma lista com os nomes de 17 supostos “servidores fantasmas” da Assembleia Legislativa Estadual (ALE). Segundo ele, esses servidores receberiam salários que variam de 12 a 17 mil reais, porém, ficariam com apenas R$ 300 desse valor a cada mês. Isso porque, segundo ele, o restante era repassado a Paulo Dantas, que é filho do deputado Luiz Dantas, atual presidente da ALE, e marido de Marina Dantas, atual prefeita de Batalha.
Ainda no vídeo, o filho de Neguinho Boiadeiro volta a afirmar que os responsáveis pela morte do pai foram Paulo e a esposa Marina Dantas e duas pessoas identificadas apenas como Teobaldo e Hermes. Conforme ele explicou, o pai foi vítima do assassinato justamente por possuir essa lista de supostos laranjas.
O vereador Tony Pretinho, também morto a tiros em Batalha, no dia 15 de dezembro, possuía cópia da lista de nomes e, por essa mesma razão, teria sido morto pelos mesmos mandantes da morte de Neguinho, segundo disse no vídeo Baixinho Boiadeiro.
“Meu pai também pediu um extrato à Prefeitura de Batalha, mas o que ele recebeu foi uma carga de tiro”, disse o filho do vereador assassinado. Ainda sobre os “laranjas” citados na lista, Baixinho ressalta que eles nem sabiam que participavam de um ato criminoso, e que apenas tinham seus nomes usados para receber as quantias. O material, segundo ele, será entregue aos Ministérios Público Estadual (MPE) e Federal (MPF).
Ele também citou o arrombamento do portão da casa da avó dele, em Arapiraca, por policiais que estavam à sua procura. “Meu tio deficiente auditivo levou uns tapas porque não respondia nada, mas ele não ouve”, declarou.
Ele também fez um apelo à juíza da cidade de Batalha. “Estou à sua disposição, desde que a senhora revogue minha prisão e me deixe me defender. Eu temo pela minha vida, da minha mãe, de meu irmão e de minha irmã. Até pedi que eles fossem embora de Batalha”, ressaltou.
Baixinho também relatou como ocorreu a troca de tiros com Emílio Dantas, no dia da morte do pai, em novembro passado. Sem citar o nome do rival, ele disse que estava passando de carro em sentido ao hospital, em frente à casa de Emílio, quando ele sorriu e estava com uma pistola na mão. “Quando eu parei o carro, ele começou a atirar em mim. Eu atirei nele, entrei em meu carro e fui embora”, relatou.
Assista abaixo ao vídeo que está postado no Youtube no qual Baixinho Boiadeiro faz as alegações.
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