Comerciantes, servidores públicos, donas de casa e estudantes de São José da Tapera foram até a Câmara Municipal de Vereadores para exigirem dos edis uma maior atenção em relação à poluição do principal cartão postal da cidade, a Lagoa Caiçara.
São quase duas semanas que todo o manancial enfrenta as mais diversas adversidades provocadas pelos esgotos das casas e comércios da cidade que deságuam na Caiçara, o que tem matado os peixes e causado um forte mau cheiro que pode ser sentido a quilômetros de distância do local.
Nesta quarta-feira (15), aproveitando uma audiência pública sobre a grande quantidade de cães no centro da cidade, os moradores pressionaram os vereadores para que exigissem do prefeito Jarbas Ricardo (MDB) um projeto de saneamento e a retirada dos esgotos da lagoa. Mas a frustação tomou conta de todos quando o presidente do Legislativo, Marquinho X (MDB), informou que “naquela audiência não era hora de falar da lagoa e que nem o prefeito havia comparecido, como tinha prometido, para ele mesmo se pronunciar”.
Um dos moradores do entorno da lagoa, o cabeleireiro Claudionor Vieira, com um balde com água da lagoa, entrou no plenário e ameaçou jogar o líquido poluído nos vereadores. Uma guarnição da Polícia Militar, que reforçou a segurança em volta da Câmara, impediu o ato. O morador, muito indignado, interrompeu os discursos e falou que “os vereadores são uma vergonha para Tapera”.
Já o professor José Edvânio, que também mora próximo da Caiçara, confirmou que ele, a família e vários vizinhos foram acometidos por fortes dores na barriga, seguidas de disenteria e dores de cabeça. O professor também criticou os vereadores e a omissão do prefeito.
Ao final o grupo se reuniu e decidiu não marchar em direção ao prédio da prefeitura, como estava marcado. Eles foram informados de que o prefeito não tem estado na cidade desde o primeiro protesto, ocorrido na noite do último domingo (12), quando várias pessoas tomaram as ruas e a praça central de Tapera, denunciando a poluição e a inércia do município diante do crime ambiental.
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