Alheios as opiniões contrárias, a Câmara Municipal de São José da Tapera, Sertão de Alagoas, completa no próximo dia 12 oito meses sem realizar nenhuma sessão.
Inicialmente, a alegação foi o temor da contaminação pelo Coronavírus. O tempo passou e nem mesmo as sessões virtuais, como aconteciam em diversas cidades do país, foi realizada.
Despreocupados com o trabalho, mas com os salários pagos regularmente e usando as cotas de combustíveis para abastecimento dos veículos locados e a verba de gabinete, os 11 dos 13 vereadores de Tapera – agora – tentam se reelegerem.
Apenas dois, Cosme Guedes (PSDB) e Professor Márcio (PDT), desistiram da vaga de vereador, para disputarem a cadeira de prefeito. Como detalhe, Márcio é o único que não indicou um parente para substituí-lo no Legislativo Municipal, enquanto que Cosme tenta eleger um irmão para manter seu nome na Câmara.
A última sessão, na noite de 12 de março, foi marcada por muita confusão, resultando na ira da população. Naquela data, surpreendendo os moradores de Tapera, a Mesa Diretora aprovou um projeto do prefeito José Antônio, que pedia a aprovação do reparcelamento e parcelamento da milionária dívida do município com o Instituto de Aposentadorias e Pensões IAPREV), de São José da Tapera.
Com os votos contrários dos vereadores Janiclevis dos Anjos Bezerra, o “Kel de Tijela’, e Professor Márcio, que alertou para mais um possível calote do município, o projeto foi aprovado sob protestos de servidores que invadiram a Câmara.
Agora, sem que o município tenha pago nenhuma das parcelas da dívida, os servidores temem que o próximo prefeito eleito ‘venda’ o IAPREV ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), que, na prática, deixará os futuros servidores aposentados com o valor de seus salários menor do que o recebido hoje.
Nas ruas a população diz que as sessões só não retornaram porque os dez vereadores que aprovaram o projeto do parcelamento e reparcelamento teriam que se explicar ao povo.
O CN tentou ouvir o presidente da Casa, mas ele não atendeu o celular.
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