Sem energia elétrica, sem água, sem sinal de telefonia móvel e internet, sem respeito e sem dignidade. É assim que está grande parte da população de Delmiro Gouveia, na cidade e na zona rural, por conta das constantes quedas de energia ocorridas desde o início da semana.
A revolta com a Eletrobras Distribuição Alagoas é grande e pode ser notada nas redes sociais. Várias pessoas, entre elas comerciantes, queixando-se dos prejuízos. “O loteamento Rosa de Sharon está sem energia desde cedo, o que me causou um prejuízo de 30 sanduíches que iria levar neste domingo para o Karrankas”, relatou uma vendedora de sanduíches naturais, moradora do bairro Novo.
O referido bairro tem sido o mais atingido pelas constantes faltas de energia. Os moradores estão sem eletricidade desde às 23h deste sábado, e, até às 10h deste domingo, ainda não havia retornado. “Sem contar que já tínhamos ficado a tarde toda sem energia. Depois voltou e ficou caindo constantemente. Ouvimos algumas explosões no que parecia ser um transformador”, relatou no Whatsapp um morador.
O gerente da Unidade de Negócio da Casal, João Neto, por sua vez, explicou que “devido às constantes faltas de energia em nossas estações, estamos com desabastecimento nos municípios de Delmiro Gouveia, Água Branca, Mata Grande, Inhapi e Canapi. Normalizaremos o abastecimento assim que a energia for restabelecida”.
Essa é apenas uma das mensagens que ele teve que divulgar para esclarecer para a população o motivo da falta de água. “A captação do povoado Salgado está sem energia desde as 2h deste sábado”, explicou o gerente, informando os seguintes protocolos de atendimento junto à Eletrobras: 14187356 e 14186220.
No comércio, são vários os relatos de prejuízos. Setores de congelados de mercadinhos, sorveterias e outros estabelecimentos comerciais amargaram a perda de diversos produtos. Os moradores também perderam mantimentos guardados na geladeira. “Quem irá arcar com nossos prejuízos?”, questionou uma moradora do povoado Rabeca, em Delmiro Gouveia.
Vale lembrar que, se alguém foi prejudicado pelas quedas e oscilações de energia, pode solicitar ressarcimento junto à Eletrobras, para isso, basta procurar o escritório da concessionária e registrar a ocorrência, descrevendo o prejuízo.
Os vereadores, juntamente com o prefeito e outras autoridades, poderiam, em nome da população, cobrar explicações à concessionária sobre o que está acontecendo já há algum tempo no município, que tem uma subestação instalada dentro da cidade. Uma audiência pública com os diretores seria uma boa iniciativa. O que não pode é continuar esse caos, que, certamente, afasta as indústrias interessadas em instalar-se na cidade, que é a maior da região.
Está claro que não há condições da Eletrobras continuar gerindo o setor elétrico, pelo menos no Sertão alagoano. A região é a que mais sofre com o descaso da concessionária de energia, e sofre sem ter pelo menos uma explicação da mesma sobre o que está acontecendo. É como se nada tivesse acontecido, como se ela não devesse explicação a ninguém.
Não é possível que nenhum dos órgãos reguladores (Aneel e Arsal) esteja atento ao que está acontecendo, mesmo diante das várias reclamações feitas quase que diariamente por meio de seus números de contato. Parece até um conjunto safardana mancomunado para ferrar impiedosamente com o consumidor.
Desde este sábado, quem pediu uma explicação aos atendentes da Eletrobras recebeu apenas a informação vaga de que não se tratava de uma falta de energia comum, que o problema era muito sério e que não tinha previsão de normalização. Uma resposta nem um pouco animadora, embora verdadeira.
Já a Assessoria de Comunicação da concessionária explicou que, por conta das chuvas e ventos que aconteceram na região, árvores atingiram a rede e fios foram partidos. “Estamos com equipes trabalhando, desde ontem, para fazer o restabelecimento da energia. A previsão de retorno é às 15h deste domingo”, concluiu.
Tudo bem que problemas acontecem, mas é um tanto quanto estranho acontecerem o tempo todo. Alguma coisa está errada. Falta energia em uma localidade e em outra fica com, pouco tempo depois quem tinha eletricidade fica sem e quem estava sem fica com. Por fim, os dois acabam ficando sem nada. E, assim, sucessivamente.
É fato que toda essa situação empurra ainda mais a Eletrobras para a privatização. E, talvez, um dos argumentos de defesa seja: o que seria pior do que já vem acontecendo?
E você, o que acha dos desserviços prestados pela Eletrobras?
Utilize o formulário abaixo para comentar.