Pelo menos por enquanto acabou a discussão sobre o reajustamento salarial dos profissionais da Educação em Delmiro Gouveia. É que eles aceitaram, na assembleia do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), realizada na manhã desta quinta-feira (17), a proposta oferecida pelo Governo Municipal de 4% divididos em duas vezes.
Com 127 votos a favor e 24 contra, ficou acordado com os profissionais que o reajuste será concedido da seguinte maneira: 2% em setembro e 2% em novembro. Também ficou acertado que o Sinteal vai acompanhar a evolução da receita do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), e, caso existam condições, em dezembro, a categoria voltará a discutir com o Município um novo reajustamento.
Vale lembrar que a proposta de 4% tinha sido rejeitada pelos servidores na última segunda-feira (14), durante assembleia do Sinteal. Além de não aceitar o percentual proposto pelo Município, na ocasião, a categoria aprovou uma contraproposta com 5% de reajustamento, sendo 2% em agosto, 2% em setembro e 1% em dezembro. Sabemos que 5% é melhor do que 4%, mas convenhamos que melhor ainda é poder receber o que for concedido.
Em entrevista na rádio Correio FM, na tarde desta quinta-feira, o secretário municipal de Educação, Fabrício Bittencourt, comemorou o desfecho da negociação com os servidores da Educação e relembrou que o valor recebido do Fundeb está comprometido em 103%, fazendo com que o Município tenha que destinar recursos próprios para a Secretaria todos os meses, situação que vem acontecendo há um bom tempo.
Ainda de acordo com o secretário, até Dezembro deste ano, o reajuste causará um impacto de cerca de R$ 320 mil, valor que terá que ser mantido com recursos do Município, já que o valor do Fundeb está comprometidíssimo. Fabrício Bittencourt classificou a situação financeira da Educação como caótica. Diante da dificuldade, a gestão assegura que vai conseguir arcar com o valor proveniente do reajuste e ainda manter os investimentos nas outras áreas da administração. É esperar para ver, mas torcendo que dê certo.
Com o mesmo entusiasmo do secretário Fabrício, nas redes sociais, o prefeito Padre Eraldo comemorou o entendimento com os servidores da Educação: “Eu acredito na força do diálogo. Compartilho com vocês o resultado da assembleia realizada pelos servidores da educação na manhã de hoje, 17. Em sua maioria os servidores da educação aceitaram a proposta de 4% de reajuste”.
Ainda na mesma postagem, o gestor aproveitou para alfinetar a gestão passada. “Depois de anos sem reajuste, com greves e audiências no TJ, em Maceió, a categoria volta a receber um reajuste. É apenas o início, não há educação forte sem valorização profissional. Em Dezembro vamos continuar o diálogo”.
Eraldo concluiu informando como planeja utilizar os provenientes de precatórios do antigo Fundef. “Já assumi o compromisso que o recurso do Fundef, assim que estiver disponível, será para construir a educação dos nossos sonhos”. Tomara que isso sensibilize a Justiça para que acelere o processo que mantém os R$ 56 milhões bloqueados.
É notório que o reajuste conseguido pelos profissionais da Educação não corresponde ao que a categoria tem direito, mas, também é perceptível que todos se “sacrificaram” por um objetivo nobre: não atrasar ainda mais o calendário escolar do município, que, no momento, para ser recuperado, precisa de no mínimo uns cinco anos, isso se não houver novas paralizações.
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