Em qualquer horário, moradores ou turistas poderão presenciar ou serem abordados por menores de idade pedindo esmolas nas ruas do município de Delmiro Gouveia, e isso está se tornando algo preocupante para a população.
O caso de crianças pedintes na cidade seria um problema existente há anos, porém, devido ao grande número, teria se tornado incontrolável para os órgãos competentes. A maioria delas é vista no centro da cidade, onde, se utilizando de folhetos, abordam as pessoas e fazem os pedidos.
“Infelizmente essa situação é um reflexo da situação de miséria que muitas famílias delmirenses se encontram. As políticas públicas são descentralizadas e isso acarreta nessas crianças nas ruas, principalmente no centro da cidade”, relatou o conselheiro tutelar do município Diego Padilha para a reportagem do Correio Notícia.
O pedido de esmola não seria o principal fator da preocupação, mas o fato de que alguns desses menores pedintes estariam se aproveitando para praticar assaltos. “Tinha chegado da faculdade e estava no centro da cidade esperando meu irmão para ir para casa, quando cinco crianças me abordaram pedindo dinheiro. Disse a elas que não tinha e elas tentaram puxar minha bolsa”, disse uma universitária, que preferiu não ter o nome divulgado.
Durante conversa com a reportagem, um adolescente de 15 anos revelou que parte do dinheiro que ganha de esmola utiliza para ingerir bebidas alcoólicas e consumir entorpecentes. “Minha mãe sabe que vou para rua, mas não sabe o que faço, não sabe que peço esmola, nem que bebo e uso drogas”, revelou o adolescente, que, evitando conversa, sorriu e disse que tinha que ir embora porque precisava resolver umas “paradas”.
“A maioria dessas crianças já foi identificada pelo Conselho Tutelar, mas cerca de 90% delas estão na rua por vontade própria ou pelo fato de não ter o que comer em casa ou até mesmo para ter dinheiro para jogar videogame”, disse o conselheiro Diego Padilha.
O promotor de Justiça da comarca local, João Batista, afirmou para a reportagem que tem tomado medidas em diversos casos enviados ao Ministério Público pelo Conselho Tutelar. “No entanto, não tem como garantir que esses menores não voltem para as ruas”, concluiu.
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