O Brasil tem 34 milhões de jovens de baixa renda e um terço deste total está em atraso escolar. Levantamento foi divulgado pelo Observatório Sistema, da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), que teve como objetivo coletar dados sobre a juventude. Os jovens brasileiros entre 15 e 29 anos representam cerca de um quarto da população brasileira. Deste total cerca de 75% são de baixa renda e somente 33% estudam atualmente. Entre estes, um terço está em atraso escolar. O estudo avaliou jovens de 15 a 29 anos, com renda de até meio salário mínimo per capta ou renda mensal de até três salários mínimos, entre 2012 e 2022. Michelli Stumm, coordenadora do Observatório Sistema, da Fiep, explicou que existe um percentual grande de jovens que desistiram de procurar trabalho: Surpreendeu negativamente a gente em vários aspectos. Primeiro, é o recorte, quando a gente fala em baixa renda a gente imagina que, como estratégia de sobrevivência, os jovens tendem a trabalhar”.
“A gente encontrou um número bem expressivo de jovens que estão fora do mercado de trabalho, o que os especialistas chamam de desalentados, que são pessoas com idade para trabalhar e que não se declaram economicamente ativos (…) A nossa pesquisa mostrou que quase 40% dos jovens de baixa renda estão neste processo de desalento”. Entre o total de jovens, 31% não estuda e nem trabalha. A especialista destaca que, mesmo quando empregados, os jovens enfrentam oportunidades precárias: “Um trabalho marcado pela informalidade, eles não têm carteira assinada, são condições de baixa remuneração. O jovem recebe menos que a média brasileira e têm alta rotatividade de trabalho. Entre aqueles que estão querendo procurar emprego, mas não conseguem, os desempregados, tem um grande contingente de pessoas que não estudam, a grande maioria tem apenas o ensino médio. A gente vê uma conjuntura bem preocupante”.
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