Uma espiga de milho colhida esta semana na comunidade Sobradinho, na zona rural de Monteirópolis, chamou a atenção dos moradores locais e dos agricultores responsáveis pela roça.
No lugar dos grãos, ela possui estruturas “cinzas gigantes”. Alguns agricultores ouvidos pelo Correio Notícia disseram que nunca tinham visto nada parecido nas roças de milho da região.
A espiga com essa alteração realmente é incomum na região, conforme explicou o maior especialista em milho de Alagoas consultado pelo Correio Notícia, o professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Paulo Vardelei.
De acordo com ele, que é agrônomo e tem doutorado no assunto, trata-se de uma doença do milho denominada de Carvão-comum-do-milho, causada pelo fungo Ustilago maydis (DC) Cda.
“No lugar dos grãos, podem ser vistas as estruturas do fungo, conforme a foto enviada, que formam uma massa negra pulverulenta, por isso o nome de carvão”, esclareceu o professor.
Conforme uma publicação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Carvão-comum-do-milho é considerada no Brasil uma doença de importância secundária, em razão de sua baixa incidência até hoje.
“O carvão é diferente de todas as demais doenças do milho, pois as espigas infectadas não produzem grãos e são perdidas, pelo menos aqui onde não são utilizadas como alimento, como acontece em outros países, como no México, onde é uma iguaria”, diz a publicação da Embrapa.
“O tamanho exagerado dos grãos é devido ao crescimento anormal das células por causa da infecção pelo fungo”, ressalta o material da Embrapa.
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