Mais uma vez, famílias que moram no Conjunto Isnaldo Bulhões, em Santana do Ipanema, no Sertão alagoano, denunciam a falta de água na localidade.
Desde que as cerca de 250 casas foram entregues, no final do ano passado, para famílias que perderam suas moradias na enchente do Rio Ipanema, em 2020, os moradores enfrentam dificuldades e realizam constantes protestos e reclamações.
O conjunto habitacional foi entregue sem energia e água, sendo necessária a intervenção do Ministério Público, além de protestos, para que a prefeitura regularizasse a documentação junto ao cartório e às concessionárias.
Contudo, o problema da falta de água persiste e se agravou após o Carnaval. Além disso, os moradores relatam que a praça do conjunto já está destruída, aumentando o cenário de abandono.
O desabastecimento de água não afeta apenas essa região, mas também outras localidades de Santana do Ipanema e municípios vizinhos. A Conasa-Águas do Sertão, responsável pelo serviço, não tem conseguido solucionar o problema, que se arrasta desde o ano passado.
Em cidades como São José da Tapera, Carneiros, Olivença, Poço das Trincheiras, Dois Riachos e Maravilha, a crise hídrica tem levado muitas famílias a vender ou alugar suas casas. Quem permanece nesses locais precisa gastar cerca de R$ 180 a cada 15 dias com um caminhão-pipa, cuja água de procedência duvidosa serve apenas para lavar roupas e a residência. Para o consumo, é necessário comprar água mineral diariamente, ao custo de R$ 10 por botijão.
No mês passado, moradores de Poço das Trincheiras interditaram a BR-316, queimando pneus e galhos para chamar atenção para o problema, que também afeta municípios vizinhos. Apesar das promessas da concessionária de solucionar a questão, a água continua faltando nas residências.
Em Olivença, mesmo com investimentos anunciados pela empresa, a água segue escassa, principalmente nos bairros próximos à região central.
Além da falta do líquido, a população enfrenta cobranças abusivas nas contas de água e esgoto. Mesmo sem receber água há meses, muitos consumidores relatam faturas acima de R$ 160, além da taxa de esgoto de R$ 65 – serviço inexistente na maioria das ruas.
Diante da falta de atuação das entidades comerciais e da maioria das Câmaras Municipais, moradores e comerciantes de Santana do Ipanema e região iniciaram campanhas em grupos de aplicativos e redes sociais, reivindicando a instalação de um Procon no município. O objetivo é permitir que a população possa denunciar os altos valores cobrados na conta de um serviço que não está sendo prestado.
A Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas (Arsal) possui uma sede em Santana do Ipanema e tem como responsabilidade fiscalizar serviços públicos essenciais, como abastecimento de água, esgoto, energia e transporte. No entanto, os sertanejos denunciam dificuldades para registrar reclamações tanto presencialmente quanto pelo telefone 0800.
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