Há um bom tempo venho me perguntando quais são os critérios utilizados pelas Câmaras de Vereadores para concessão de honrarias, como título de cidadão. Confesso que até agora ainda não obtive uma resposta convincente.
Outro dia, durante uma entrevista, perguntei a um ex-vereador o que uma pessoa precisava fazer para conseguir um desses títulos ofertados pelos Legislativos Municipais. Ele, sem titubear, respondeu que é preciso apenas ser bajulador de algum vereador.
A reposta não foi surpresa para mim, mas fiquei ainda a me perguntar se em alguns casos não seria ao contrário. Porque não é comum ver um prefeito, deputado, senador, governador ou presidente bajulando um vereador.
E como tais honrarias não são oferecidas apenas para pessoas político-partidárias, aquelas que não são e que já foram agraciadas com algum título de cidadão, em sua maioria, não eram ou pelo menos não pareciam ser bajuladoras da vereança. O mais provável é que fosse o contrário.
Um vereador por Delmiro Gouveia, autor recente de uma indicação polêmica de título de cidadão delmirense para dois deputados, disse em entrevista a mim que o critério principal para tal concessão honrosa são os serviços de relevância prestados por cada um no município.
Pela resposta, cheguei à conclusão de que não faltam critérios para as referidas concessões de honrarias, mas sim pessoas que os preencham. Ou seja, existem critérios, mas as indicações muitas vezes passam bem longe deles.
É preciso fazer a edilidade compreender o que de fato significa serviço prestado, até porque, como disse um ouvinte da rádio onde apresento um programa jornalístico, nenhum político deveria receber título honroso somente pelos serviços prestados por ele, porque já se trata de uma obrigação dele.
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