Mais uma espiga de milho colhida no Sertão de Alagoas chamou a atenção dos agricultores essa semana. O vegetal possui estruturas “cinzas gigantes” no lugar dos grãos. Dessa vez, a espiga incomum foi encontrada numa roça no povoado Santa Cruz do Deserto, em Mata Grande.
O caso é semelhante ao que ocorreu na zona rural de Monteirópolis e que foi registrado pelo Correio Notícia no dia 20 de julho deste ano (veja aqui).
Novamente, a reportagem buscou a opinião do maior especialista em milho de Alagoas, o professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Paulo Vardelei, que é agrônomo e tem doutorado. Segundo ele, a espiga de milho colhida em Mata Grande foi afetada pelo mesmo tipo de fungo que ocorreu em Monteirópolis. Trata-se do Ustilago maydis (DC) Cda.
A doença causada por esse fungo e que modifica os grãos do milho, segundo o professor Paulo Vanderlei, é chamada de Carvão-comum-do-milho.
“No lugar dos grãos, podem ser vistas as estruturas do fungo, conforme a foto enviada, que formam uma massa negra pulverulenta, por isso o nome de carvão”, esclareceu o professor.
Conforme uma publicação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Carvão-comum-do-milho é considerada no Brasil uma doença de importância secundária, em razão de sua baixa incidência até hoje.
“O carvão é diferente de todas as demais doenças do milho, pois as espigas infectadas não produzem grãos e são perdidas, pelo menos aqui onde não são utilizadas como alimento, como acontece em outros países, como no México, onde é uma iguaria”, diz a publicação da Embrapa.
“O tamanho exagerado dos grãos é devido ao crescimento anormal das células por causa da infecção pelo fungo”, ressalta o material da Embrapa.
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