A vazão de água liberada pela represa de Xingó, entre Piranhas (AL) e Canindé de São Francisco (SE), pode passar dos atuais 800 para 1.300 metros cúbicos por segundo. Essa medida, segundo especialistas, pode evitar que as manchas de óleo que chegaram ao litoral do Nordeste invadam o rio São Francisco e ameacem o abastecimento de Piaçabuçu (AL) e Brejo Grande, que ficam na foz do rio, bem como todo o ecossistema do qual o Velho Chico faz parte.
O aumento da vazão garante mais água ao rio e, portanto, mais força quando ele encontra o mar, reduzindo o efeito da maré, que, em determinados horários do dia, avança sobre a foz do rio, deixando sua água salgada. Esse movimento da maré, que é natural, além de levar água salgada para o leito do rio, poderia levar as manchas de óleo.
A decisão para aumentar a vazão da represa na barragem de Xingó, que fica 179 quilômetros distante da foz do Velho Chico, ainda depende de uma avaliação do Ibama, órgão que monitora o aparecimento das manchas de óleo nas praias. A borra de petróleo já suja mais de 2 mil quilômetros de extensão do litoral do Nordeste brasileiro.
Nesta sexta-feira (11), uma sala de acompanhamento da operação do Sistema Hídrico do Rio São Francisco deliberou sobre o assunto, em uma reunião extraordinária na sede da Agência Nacional de Águas (ANA) e por videoconferência.
A ANA coordena as reuniões da Sala de Acompanhamento da Operação do Sistema Hídrico do Rio São Francisco, que contam com a participação de uma série de instituições como o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Ministério de Minas e Energia (MME), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Marinha do Brasil, Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Chesf, Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, dentre outros participantes.
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