Depois dos trabalhos do Instituto de Criminalística (IC) nesta quinta-feira (21), familiares do agricultor Cícero Vieira Batalha, mais conhecido como “Café no Bule”, 59, assassinado pelo próprio filho no povoado Santa Cruz do Deserto, em Mata Grade, encontraram restos mortais da vítima dentro de um barreiro, na manhã desta sexta-feira (22).
Equipes do IC e das polícias Civil e Militar estiveram no local do crime durante a tarde e parte da noite desta quinta-feira em busca de vestígios do corpo do agricultor, que, segundo o acusado do assassinato, Felipe Silva Batalha, 30, filho da vítima, foi queimado por ele até virar cinzas, que depois jogou dentro de um barreiro.
Na ocasião, a perícia localizou alguns vestígios na água, mas, devido à escuridão no local, não foi possível avançar. Por outro lado, familiares continuaram as buscas durante o amanhecer e localizaram alguns ossos, inclusive parte do crânio da vítima. O material foi recolhido por eles e entregue ao Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), situado na cidade.
O caso
Felipe Silva Batalha foi preso em flagrante pelo assassinato do próprio pai, ocorrido nesta terça-feira (19), no povoado Santa Cruz do Deserto, em Mata Grande. A prisão foi realizada na tarde desta quinta-feira (21), em uma ação conjunta das polícias Civil e Militar deflagrada em Santa Brígida, na Bahia.
As buscas pelo suspeito tiveram início depois que um irmão da vítima procurou o Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) para comunicar o desaparecimento dela e também para informar que um sobrinho havia fugido, apontando-o como suspeito do sumiço de Cícero Vieira Batalha, conhecido como “Café no Bule”, 59.
Diante da situação, equipes das polícias Civil e Militar iniciaram os levantamentos e descobriram que o suspeito, a esposa e dois filhos menores de idade do casal haviam embarcado em um ônibus na cidade de Inhapi com destino ao estado de São Paulo.
"Seguimos em busca do ônibus e conseguimos localizá-lo em uma localidade conhecida como Quarenta, em Santa Brígida, na Bahia. A bordo estava o suspeito, que ao ser abordado confessou que havia assassinado o pai em Mata Grande", relatou para o Correio Notícia o delegado Rodrigo Rocha Cavalcanti, titular da Delegacia Regional de Polícia de Delmiro Gouveia (1ª-DRP) e responsável pela delegacia de Mata Grande.
Ainda de acordo com o delegado, depois de ser preso em flagrante, o homem levou os policiais até uma propriedade do pai, situada no povoado Santa Cruz do Deserto, em Mata Grande, onde o crime foi praticado. "Ele nos contou que matou o pai com pedradas na cabeça, de modo que a esmagou, depois ateou fogo no corpo, segundo ele, para não deixar vestígios", disse.
Conforme o delegado, o suspeito relatou ainda que ficou cerca de duas horas queimando o corpo do pai, mantendo o fogo com pedaços de madeira e pneus. "Ele incinerou completamente o corpo, tanto que não acionamos o IML, apenas o IC porque não havia nenhum resto cadavérico no local. Ele transformou o corpo do pai em cinzas, juntou tudo e jogou dentro de uma barragem", contou Rodrigo Cavalcanti.
Friamente, o homem alegou para a polícia que matou o pai porque tinha muitos desentendimentos com ele por conta de herança. O suspeito queria que o pai antecipasse em vida a herança que ele teria direito como filho.
Inconformado com a recusa do pai, o homem ainda contou para a polícia que seguiu o genitor no momento em que ele saiu para a roça e o matou. Depois voltou para casa, reuniu a esposa e dois filhos menores de idade e planejou a fuga, enquanto os demais familiares passaram a suspeitar do desaparecimento de Cícero Batalha.
Conforme o delegado Rodrigo Cavalcanti, o crime está esclarecido. "O homem está preso em flagrante delito pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver e está à disposição da Justiça", finalizou.
A ação contou com a participação do chefe de operações do Cisp de Mata Grande, Jaeudson Ferreira, acompanhado do agente Venício Júnior e capitão Vinícius Cavalcante no comando das guarnições militares.
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