O prefeito Padre Eraldo Cordeiro (PSD) exonerou, no fim da tarde desta quarta-feira (23), o secretário-adjunto de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Ciência e Tecnologia, Haroldo de Almeida. A exoneração se deu depois da repercussão da multa de R$ 30 mil aplicada pelo ambientalista contra o município por depósito irregular de lixo em área urbana.
Haroldo de Almeida estava na gestão desde o início, inclusive chegou a comandar a Secretaria interinamente enquanto o titular, Luciano Aguiar, assumiu a Secretaria Municipal de Governo. Rigorosamente técnico e fiscal linha dura, ele manteve a pasta funcionando muito bem, mas, com isso, desagradou um setor populista da gestão.
Tinha muita gente da alta sociedade pedindo a cabeça do Haroldo porque considerava ele inegociável durante seu trabalho de fiscalização. Foram muitos pedidos para a saída dele relevados por Padre Eraldo, até que alguém armou contra o ambientalista ou aproveitou a oportunidade para derrubá-lo do cargo.
Maliciosamente, uma pessoa do alto escalão da administração vazou para a imprensa o talão da multa aplicada por Haroldo contra o Município, no dia 17 deste mês. Diante do fuzuê, Eraldo deu uns esporros no então secretário-adjunto de Meio Ambiente e praticamente avisou-lhe da “sentença” proferida nesta terça-feira.
O fato é que este blogueiro apurou que, desde o início do ano, a Prefeitura vinha sendo notificada sobre o problema, mas que não tomou nenhuma medida, desrespeitando a Lei e a autoridade da Secretaria, que poderia, inclusive, ser responsabilizada juntamente com o gestor em uma possível autuação do Instituto do Meio Ambiente (IMA) ou outros órgãos fiscalizadores.
Em resumo, o ambientalista Haroldo de Almeida foi exonerado simplesmente por ter cumprido com seu dever, por fazer cumprir o que manda a Lei. Pelo visto, a vontade da gestão era que o agente público prevaricasse, deixando de autuar o Município com a multa que seria aplicada contra qualquer um que tivesse sido flagrado diversas vezes cometendo o mesmo crime ambiental.
Não obstante, o ambientalista tinha como opção insistir internamente numa solução do problema para manter-se na graça do prefeito e seus aliados ou entregar o cargo por não concordar em cometer o crime de prevaricação. Ele descartou as duas opções e escolheu acreditar que poderia cumprir com seu dever. Enganou-se.
Pelo certo dos errados, o correto também seria exonerar a pessoa que vazou o talão, expondo a situação vexatória para a imprensa. Claramente esse ser humano prejudicou a gestão em prol de uma satisfação pessoal ou de uma “turminha”. Foi um corte na própria carne, mas, por outro lado, a gestão não se cansa de praticar esse sacrifício.
E você, acha que Haroldo Almeida, como fiscal ambientalista, fez bem em multar o próprio Município em flagrante de crime ambiental ou concorda com a exoneração dele porque deveria aplicar multas apenas nos cidadãos comuns?
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