Uma multa aplicada pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) à Prefeitura de São José da Tapera por irregularidades no lixão do município deverá ser “herdada” pelo prefeito José Antônio Cavalcante (PSB), mais conhecido como Zé Antônio, que toma posse neste domingo (1º).
A penalidade foi aplicada em maio de 2015, no valor de R$ 450 mil, durante a Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do São Francisco. Na época da fiscalização, realizada em parceria com o Ministério Público Estadual (MPE) e outros órgãos, o IMA detectou que a prefeitura não tinha licença para operar o lixão e, por essa razão, aplicou a multa.
Além disso, no local era realizado o descarte irregular de resíduos hospitalares, e os técnicos do órgão detectaram pontos de combustão, provocados pela eliminação de gás carbônico, prejudicial à saúde.
Segundo o IMA, o processo a respeito da multa ainda não foi encerrado, porém, já foi instruído e a prefeitura foi notificada para se defender. “Ela se defendeu, mas a defesa foi indeferida e ela não apresentou recurso. A fiscalização solicitou um documento chamado PRAD (Plano de Recuperação de Área Degradada), mas não teve resposta. Por falta de resposta e resolução, a prefeitura foi inserida na dívida ativa do Estado”, informou o instituto, por meio de sua Assessoria de Comunicação.
Ainda de acordo com o IMA, os fiscais souberam, de modo informal, que a os resíduos sólidos produzidos na cidade não estão sendo mais levados para o lixão a céu aberto, mas sim para o aterro sanitário do Consórcio Intermunicipal de Gestão de Resíduos Sólidos da Bacia Leiteira (Cigres), situado entre Olho D’água das Flores e Olivença. Porém, como o instituto não foi comunicado oficialmente da mudança, “entende-se que a irregularidade continua”.
Prefeitura confirma que encerrou atividades do lixão
Segundo o secretário municipal de Transporte, Obras e Urbanismo de São José da Tapera, Davi Machado, que assumiu o cargo no meio deste ano, após o afastamento do então secretário José Antônio Cavalcante, que disputou e venceu a eleição para prefeito, a prefeitura pleiteou uma redução no valor da multa. Portanto, segundo ele, quando for pago, o valor não será mais de R$ 450 mil.
“Esse processo ainda está em andamento, essa multa realmente ainda não foi paga. Mas já fizemos melhorias no local e encerramos as atividades do lixão a céu aberto”, acrescentou o secretário, que termina hoje (31) sua gestão.
Ele confirmou que o lixo produzido no município vem sendo levado, desde setembro, para o aterro sanitário do Cigres, situado entre Olho D’água das Flores e Olivença. Já no local onde ficava o lixão a céu aberto, de acordo com o secretário, foram feitas melhorias e um aterramento do material em decomposição.
Foto do lixão de São José da Tapera, em fevereiro de 2016; local contribuía para poluição do ar, do solo e da água e oferecia risco aos animais silvestres (Foto: Arquivo/Diego Barros) |
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