Alunos do Collegium Sapiens, em São Carlos, no interior de São Paulo, se manifestaram contra a escola que proibiu as meninas de usarem short curto para pararem de “desviar a atenção dos meninos e dos professores”. Os 160 alunos foram para a aula, na terça-feira (25), vestindo short curto.
Heloísa Aidar, irmã de uma das alunas, postou em seu Facebook a foto do protesto que viralizou nas redes sociais com o texto: “minha irmã maravilhosa estuda em uma escola onde as minas não podem usar shorts acima do joelho e os minos não tem restrições nem medidas. a desculpa não oficial que alguns profissionais oficiais da escola deram é que o uso do shorts pode desviar a atenção dos minos OU PROFESSORES! saí de são carlos há quase 20 anos e fico mil vezes triste por perceber que em alguns sentidos, caminhou-se tão pouco! a postura desta escola só reforça a idéia de que a mulher é culpada pelo assédio e deve ser uma bela, recatada e do lar para que o mesmo não aconteça”.
O portal Universa, do UOL, conversou com uma aluna do colégio, a Anna Flora Abreu, de 17 anos. “As meninas do terceiro colegial foram conversar com os representantes da escola e eles não se abriram ao diálogo. Se negaram a falar sobre isso e insultaram as garotas. Disseram que nossa roupa não era adequada ao ambiente, que não conseguiríamos um emprego e estávamos tirando a preocupação do vestibular para se preocupar com coisas que não conseguiríamos mudar, como o uso do short”, afirmou.
Também ao Universa, Paulo Braga, professor e um dos fundadores da escola, falou que os alunos interpretaram errado a decisão de forma inflamada por não se conformarem com a existência de regras mínimas de convivência social. “O uso de uniforme pelas escolas certamente não tem nenhuma ligação com o aprendizado e se relaciona mais com questões de segurança e identificação dos alunos. Além de atender reivindicação das famílias no sentido de evitar ostentações de alunos de maior poder econômico. Essas razões também foram pontuadas com os alunos na reunião de dois anos atrás e houve concordância”, concluiu.
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