A morte de pelo menos cinco saguis chamou a atenção da equipe de saúde do município de Inhapi, no Sertão de Alagoas, neste mês de março.
O caso ganha notoriedade porque esta semana a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) divulgou que um sagui morreu de febre amarela no mês de setembro de 2016 na capital alagoana.
Num vídeo (veja abaixo) ao qual o Correio Notícia teve acesso, o coordenador de Endemias de Inhapi, Acildo Gama, explica que um morador da zona rural procurou o serviço, no último dia 17, para comunicar que quatro saguis foram encontrados mortos em sua propriedade.
“O pessoal da Saúde se deslocou até sua residência (do morador da zona rural) e lá verificou que a morte dos mesmos (dos saguis) havia ocorrido há mais ou menos 60 dias, e isso deixou o caso inviável para uma investigação mais profunda. Diante disso, nós alertamos os agentes de saúde para que ficassem atentos ao surgimento de novos casos”, explicou Acildo Gama.
Segundo ele, no dia seguinte, um dos agentes de saúde relatou que, próximo à residência dele, havia surgido um sagui com os olhos vermelhos e todo arrepiado. No dia seguinte, o animal foi achado morto. “Quando a gente foi verificar, o corpo do animal havia sido destruído pelos urubus, ficando somente a cabeça”, relatou. Diante disso, segundo ele, os restos do animal foram enterrados.
O coordenador de Endemias finaliza o vídeo dizendo que em Inhapi não existe nenhum caso registrado de febre amarela nem em animal nem em ser humano. “O que está acontecendo é que a gente está investigando a morte de saguis para que sejam tomadas as devidas providências. Portanto, não necessita de nenhuma preocupação por parte da população”, finalizou Acildo Gama.
De acordo com a Sesau, apesar da descoberta da morte do sagui em Maceió causada pelo vírus da febre amarela, não há motivos para pânico da população, uma vez que primatas, apesar de contraírem a doença, não a transmitem aos seres humanos.
Transmissão da febre amarela
Segundo o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos, a febre amarela ocorre nas Américas do Sul e Central, além de em alguns países da África e é transmitida por mosquitos em áreas urbanas ou silvestres.
Sua manifestação é idêntica em ambos os casos de transmissão, pois o vírus e a evolução clínica são os mesmos — a diferença está apenas nos transmissores. No ciclo silvestre, em áreas florestais, o vetor da febre amarela é principalmente o mosquito Haemagogus. Já no meio urbano, a transmissão se dá através do mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue).
A infecção acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra ela circula em áreas florestais e é picada por um mosquito infectado. Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para o Aedes aegypti no meio urbano.
Além do homem, a infecção pelo vírus também pode acometer outros vertebrados. Os macacos podem desenvolver a febre amarela silvestre de forma inaparente, mas ter a quantidade de vírus suficiente para infectar mosquitos. Uma pessoa não transmite a doença diretamente para outra.
Assista ao vídeo:
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