A corrida pelas cadeiras da Assembleia Legislativa de Alagoas em 2026 promete reservar muitas surpresas para candidatos e eleitores, especialmente no Sertão.
De olho em um eleitorado tradicional — majoritariamente mulheres acima dos 40 anos — os candidatos já sabem que terão de enfrentar dois grandes desafios: a crescente rejeição de quem não se sente representado por políticos e o voto imprevisível da juventude.
Até o fim do ano, as especulações sobre possíveis candidaturas devem se intensificar. Entre os nomes cotados estão o deputado Inácio Loiola (MDB), que por pouco não ficou fora da reeleição em 2018; o prefeito de Inhapi, Tenorinho Malta (PP); o ex-prefeito de Cacimbinhas, Hugo Wanderley, que tentará substituir o pai, deputado José Wanderley; e o ex-prefeito de Palmeira dos Índios e atual secretário estadual de Relações Federativas e Internacionais, Júlio César.
Porém, o sonho de alguns pode acabar antes mesmo da confirmação das candidaturas. A redução no número de habitantes de Alagoas, apontada pelo Censo 2022 do IBGE — embora contestada pela classe política — levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a determinar, em 2023, que o Congresso revise até 30 de junho deste ano a distribuição das cadeiras federais proporcionalmente à população. Se a mudança for concretizada, Alagoas poderá perder duas cadeiras na Assembleia Legislativa, passando de 27 para 25 deputados estaduais, e uma vaga na Câmara dos Deputados, de nove para oito parlamentares.
Esse “acidente de percurso” tem se tornado o pesadelo de quem planeja disputar a reeleição em 2026. Tomando como exemplo o pleito de 2018, para ser eleito, candidatos que obtiveram menos de 30 mil votos ficaram na chamada "zona da degola". Na época, nomes como Flávia Cavalcante (29.561 votos), Marcos Barbosa (29.079), Marcelo Beltrão (28.434), Bruno Toledo (28.431), Inácio Loiola (27.828), Leo Loureiro (27.130), Angela Garrote (26.845), Breno Albuquerque (26.355), Francisco Tenório (25.432), Tarcizo Freire (24.709), Dudu Ronalsa (24.095) e Davi Maia (23.748) conseguiram garantir suas cadeiras por margens apertadas. Sílvio Camelo foi eleito com 15.594 votos, dentro da margem de risco.
Em 2022, a situação apertou ainda mais: candidatos com menos de 30.500 votos só respiraram aliviados no fechamento da contagem. Foram eleitos Rose Davino (34.343 votos), Inácio Loiola (33.270), Francisco Tenório (32.644), Breno Albuquerque (32.159), Gilvan Filho (32.035), Lelo Maia (31.706), André Silva (31.036), Gabi Gonçalves (29.336), Mesaque Padilha (29.102), Marcos Barbosa (20.761) e Sílvio Camelo (19.714).
Já para a Câmara Federal, o cenário preocupa ainda mais quem obteve menos de 70 mil votos em 2022. Parlamentares como Paulão (65.814 votos), Daniel Barbosa (63.385), Delegado Fábio Costa (60.767) e Rafael Brito (58.134) precisarão ampliar suas bases eleitorais para garantir a reeleição, diante da redução do número de cadeiras e do aumento da concorrência.
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