E o jogo do xadrez político em Alagoas já teve início, com a primeira jogada tendo como protagonista o ministro dos Transportes, o senador Renan Filho (MDB).
Em entrevista ao "Papo com Editor", do Estadão/Broadcast, o ex-governador de Alagoas confirmou que deve deixar o governo federal em abril de 2026 para ficar apto a disputar as eleições no ano que vem. Destaca-se que Renan Filho vem sendo citado frequentemente como uma opção à vice-presidência da República numa chapa com o presidente Lula da Silva (PT), que tem dado ensaios políticos que será candidato a reeleição.
Quando perguntado se está decidido retornar para o governo de Alagoas, Renanzinho disse que ainda não decidiu se será candidato ao governo de Alagoas, mas confirmou que vai se desincompatibilizar do cargo de ministro no prazo legal, voltando ao mandato de senador, para o qual foi eleito em 2022.
“O fato é que provavelmente eu me desincompatibilizarei em abril do próximo ano para ficar apto para disputar as eleições”, afirmou Renan.
“Acho que no ano que vem nós vamos discutir essas questões lá de Alagoas, mas temos muita coisa para fazer pelo Brasil este ano, porque eu acredito que o País está no caminho certo e precisa acelerar”, completou.
O mais bem avaliado ministro de Lula, Renan Filho ainda tem mais cinco anos de mandato no Senado e deixou o governo de Alagoas com altos índices de aprovação em 2022. Na ocasião, participou ativamente da campanha de seu sucessor, Paulo Dantas (MDB), eleito naquele ano.
Mas, seu retorno ao Senado no próximo ano, meses antes das eleições, é entendido também como uma estratégia política do MDB nacional, alagoano e seu parceiro, o Partido dos Trabalhadores (PT). Sonho antigo dos emedebistas, após uma meteórica e não mais lembrada passagem de Michel Temer (MDB) na presidência da república, o desejo agora se renova com a possibilidade do MDB convencer o PT de substituir Geraldo Alckmin (PSB) por Renanzinho, que prega que Lula deve insistir na construção de uma nova frente ampla para concorrer à reeleição, apontando “condições” e “feitos” capazes de mudar o insistente quadro de impopularidade.
Porém, hoje, as possibilidades do MDB se apoderar da cadeira de vice-presidente são remotas, mas, como bom jogador, o MDB tem um plano B para o "xeque mate", que é retornar com Renan Filho para o governo da "terra dos marechais", o que tem se tornando mais provável. O retorno de Renanzinho para Alagoas é visto como uma questão de sobrevivência politica do MDB no Estado, que não tem outro nome, neste momento, para enfrentar a oposição, que por sua vez fica impedida de ofiializar qualquer candidatura por desconhecer qual será seu adversário.
Porém, o próprio Renan Filho tem avaliado sua possivel indicação para vice-presidente. Os gastos com precatórios do Governo, no valor de R$ 115,7 bi em 2026 prenunciam cenário insustentável em 2027.
E os verdadeiros destinos de Paulo Dantas, ainda no MDB, e do vice, Ronaldo Lessa (PDT)?
Incrivelmente - e o futuro irá provar isso - nenhum dos dois tem condições de provar hoje como será o dia de amanhã. Paulo e Lessa se tornaram reféns do futuro político dos outros. Não deles.
Por enquanto, a única verdade é que nesta dinâmica do jogo de forças e poder entre os diferentes atores políticos nacionais e locais a manipulação do eleitorado através de teorias da legitimidade é uma estratégia que se revela eficaz, mas que também levanta questões éticas e de credibilidade.
Utilize o formulário abaixo para comentar.