Os anos de 2020 e 2021 ficarão marcados na história como um dos períodos mais difíceis e dolorosos das últimas décadas. A pandemia do coronavírus (Covid-19), que assombra o planeta, tem deixado dezenas, centenas, milhares e milhões de famílias devastadas, sem falar no medo e nas incertezas que assolam a humanidade dia a dia.
Além disso, a necessidade do isolamento social, como estratégia de contingência ao vírus, impactou o modo do brasileiro trabalhar, estudar e até mesmo de se divertir. É por isso que vivemos, agora, o segundo ano seguido sem as tradicionais festividades juninas, alusivas aos santos São João e São Pedro.
Dentre tantos motivos tristes, o Brasil convive com uma crise sanitária sem precedentes, com reflexos notáveis no número de óbitos que aumentam a cada dia. Por outro lado, a crise econômica escancara o aumento de desemprego e da desigualdade social. Com restrições ao comércio e tentando evitar aglomerações, muitas medidas tornaram-se essenciais para conter a disseminação da Covid-19 e, consequentemente, para isso tornou-se necessária a proibição de espetáculos, shows e festas tradicionais por todo país até que se alcance um número absoluto de pessoas vacinadas e até que se diminua o número de óbitos.
Com isso, vemos mais um mês junino passar e não o festejamos, o que entristece o povo nordestino, pois, como imaginar o Nordeste sem São João? São conclusões difíceis de realizar, uma vez que para aqueles que fazem as festas juninas acontecerem, como os sanfoneiros e os organizadores de quadrilhas, interromper esse período é acabar com o “sonho junino” e suas tradições. Por outro lado, a ausência das festas impacta toda uma cadeia produtiva do ciclo junino, que inclui a culinária, a produção de fogos de artifício, as ornamentações e toda uma rede turística.
A festa junina é um evento muito animado e não há em nenhum outro lugar do mundo tamanha alegria e tradição, pois levar originalidade faz com que as festas sejam únicas. Além das músicas e dos trajes típicos, as festas juninas são um lugar de recriação simbólica da memória, visto que fortalecem e reafirmam a resistência cultural do povo nordestino e, ainda, estabelecem vínculos construtivos com o passado objetivando despertar o querer das novas gerações.
Por isso, como viver sem o “junino”? Para aqueles que representam as tradições é perder as referências. Já para aqueles que o conhecem através das delícias das comidas típicas é ficar sem o seu principal ingrediente, o milho. No entanto, para aqueles que o representam através da música é ficar sem o instrumento especial, a sanfona. E por fim, para você, como é ficar sem o “junino” mais uma vez?
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