Cerca de cinco homens esfaquearam uma travesti nesta terça-feira (16), na região da República, no Centro de São Paulo. Duas testemunhas ouvidas pelo portal G1 informaram que os criminosos gritavam “Bolsonaro” e “ele sim” enquanto assassinavam a vítima. Ela, cuja identidade ainda não foi identificada pela polícia, morreu a caminho do hospital.
O crime de homicídio ocorreu por volta das 4h da manhã, quando a Polícia Militar foi acionada para atender a um chamado de uma pessoa esfaqueada na região do Largo do Arouche, altura do número 150. A vítima teria sido esfaqueada em frente a um bar, após uma discussão com um grupo de cerca de quatro ou cinco homens.
"Ela estava com quatro ou cinco homens em frente ao bar. E daí eu comecei a ouvir gritos, uma discussão, uma briga. Chamavam ela de vários nomes, agressões verbais, e gritavam ‘Bolsonaro’", disse ao G1 uma moradora do bairro, vizinha ao bar, que preferiu não ser identificada. A testemunha disse que estava dormindo em seu apartamento na região quando acordou com os gritos da briga. Depois contou que os assassinos fugiram e ela ouviu a vítima pedindo ajuda, dizendo que “ia morrer”. A travesti teria conseguido andar 400 metros, até um hotel onde ela caiu. Seguranças acionaram então a PM e o Corpo de Bombeiros para o resgate.
O caso foi registrado como homicídio no 3º Distrito Policial (Campos Elíseos). De acordo com a polícia, foi realizada perícia no local onde o corpo foi encontrado e Diligências estão em andamento para localizar testemunhas e imagens de câmeras de segurança que possam auxiliar na identificação da autoria do crime. O corpo foi encaminhado ao IML para exame necroscópico.
Casos de violência em nome de Bolsonaro
Este não é o primeiro episódio de violência protagonizado por apoiadores do candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL).
Na semana de 4 de outubro, um grupo de Bolsonaristas ameaçou cidadãos LGBTI+ no metro de São Paulo. No ritmo de musicas de torcida, os agressores gritavam “Ô bicharada, toma cuidado, o Bolsonaro vai matar veado!”, conforme registrado em vídeo que viralizou nas redes sociais.
No dia 7, Bolsonaristas espancaram a servidora pública Paula Pinheiro Ramos Pessoa Guerra, 37 anos, num bar no bairro do Arruda, Zona Norte do Recife, após a servidora criticar o candidato à presidência Jair Bolsonaro.
Na segunda feira dia 8, após o primeiro turno das eleições, o mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, de 63 anos, foi morto a facadas após uma discussão política em Salvador. O agressor, aos gritos, defendia o apoio à Jair Bolsonaro. A discussão terminou com Katendê sendo atingido por 12 golpes de faca. Ele morreu no local.
Também no dia 8 de outubro, em Porto Alegre, uma jovem de 19 anos foi agredida com socos e marcada com canivete por três homens apoiadores de Bolsonaro.
Na terça feira, dia 9, um aluno da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi agredido por apoiadores de Jair Bolsonaro.
Outros episódios de violência estão registrados no site Mapa da Violência (mapadaviolência.org) que tem compilado casos e denúncias de violência ligados às eleições 2018 em todo o Brasil.
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