Principal aposta do governo Lula para estimular a economia, o Novo PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) recebeu mais de R$ 700 bilhões em investimentos nos seus dois primeiros anos, mas quase metade das obras ainda não começaram.
Os números são de um balanço consolidado pela Casa Civil dos dois primeiros anos do programa - de janeiro de 2023 até dezembro de 2024.
O governo federal atualizou a página do Novo PAC com dados novos, que permitem acompanhar o andamento da execução de todas as obras nos Estados e municípios.
???? Ao todo, os investimentos executados até aqui somam R$ 711 bilhões.
???? A previsão do governo é investir R$ 1,3 trilhão até o final de 2026.
???? Ou seja, o montante investido até o final do ano passado representa cerca de 55% do total que o governo espera que seja desembolsado neste terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Orçamento da União banca só 10% do investido
O balanço mostra que o principal motor do Novo PAC é o investimento privado, por meio de concessões e PPPs (Parcerias Público-Privadas). Foram R$ 345 bilhões investidos nos dois primeiros anos, o que representa 48% do total executado.
Na sequência, aparecem os investimentos via financiamento, como o FGTS (Fundo de Garantia sobre o Tempo de Serviço). Foram investidos, nessa modalidade, R$ 183 bilhões – 26% do total executado.
As empresas estatais, como a Petrobras, investiram, juntas, R$ 106 bilhões (15%).
Apenas R$ 71,3 bilhões do PAC vieram do Orçamento-Geral da União, o que representa cerca de 10% do total. Os fundos setoriais fizeram aportes de R$ 5,1 bilhões.
Considerando o que o governo prevê de investimentos até o final do mandato de Lula, o balanço mostra que o avanço foi bem maior nos investimentos privados e via financiamento.
Em contrapartida, nos dois primeiros anos, o Novo PAC usou apenas 19% do que está previsto em investimentos diretos via Orçamento.
Andamento das obras
No total, o Novo PAC possui 23 mil empreendimentos.
Segundo o balanço, 11.181 obras, o que representa 48,6% do total, ainda estão na fase de “ações preparatórias” – ou seja, ainda não tiveram início.
São empreendimentos em contratação, estudo, à espera de licenciamento ambiental e com projetos de engenharia ainda em elaboração.
Outras 2.836 obras (12,3%) estão em fase de licitação ou leilão. Somados, os empreendimentos em fase preparatória e os que estão em fase licitatória ultrapassam 60% do total.
O balanço mostra ainda que 3.800 obras foram concluídas (16,6%) e 5.178 obras estão em execução (22,4%).
Quase metade destas obras em fase preparatória integram o Novo PAC Seleções, cuja responsabilidade é dos Estados e municípios. A União entra apenas como agente financiador e viabilizador dos empreendimentos.
A demora em avançar com esses empreendimentos preocupa o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que tem organizado caravanas pelo país para pressionar governadores e prefeitos a agilizarem os processos.
PAC 1 e PAC 2
O PAC foi lançado em janeiro de 2007, logo no início do segundo mandato de Lula. O programa foi o carro-chefe daquela gestão e ganhou uma segunda fase, o PAC 2, a partir de 2011, já no governo de Dilma Rousseff.
Nos dois primeiros anos do PAC 1, os investimentos executados somaram R$ 239,9 bilhões, com 11% de empreendimentos concluídos - percentual inferior ao verificado no PAC atual.
Já no balanço de dois anos do PAC 2, o governo federal informou que haviam sido investidos R$ 472 bilhões, com 46% das obras finalizadas.
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