O juiz da comarca de Dois Riachos, Alfredo Mesquita, confirmou a prisão do comerciante Manoel Alves Florêncio, acusado de matar a filha adotiva Eduarda Marques da Silva, de 11 anos. A prisão aconteceu nesta sexta-feira (28), enquanto o acusado prestava depoimento ao magistrado, no fórum da cidade.
Segundo o juiz, o crime aconteceu em dezembro de 2013, na residência onde Manoel morava com a vítima, na Avenida Frei Damião de Bozzano, em Dois Riachos.
A criança foi encontrada na cama de um dos quartos da residência, com marcas de "instrumento corto-contundente" na região do pescoço, na mão esquerda e na mão direita, com separação de três dedos do corpo, além de golpes de um "instrumento pérfuro-cortante" nas regiões torácica esquerda e axilar esquerda.
Durante o depoimento na época do crime para o delegado Rosivaldo Vilar, da Polícia Civil (PC/AL), Manoel disse que no dia do crime saiu de casa, por volta das 5h30, como de costume, para trabalhar, e que a esposa, identificada apenas como Maria, saiu de casa às 6h, deixando a vítima sozinha. Em seguida, por volta das 7h30, Manoel teria se surpreendido quando a empregada da casa avisou para ele que a menina estava morta.
Segundo o delegado, não havia dúvidas de que o assassino tinha aceso fácil à casa. “Já sabemos que quem entrou na casa não queria roubar e sim matar a menina. O assassino não fugiu pelos fundos, ele entrou e saiu pela porta da frente, ou seja, é uma pessoa ligada à família. Nenhuma hipótese está descartada”, afirmou o delegado Rosivaldo Vilar.
As investigações indicaram que no carro do casal Manoel e Maria haviam manchas de sangue humano, sendo confirmado após perícia que era da menina morta.
O genro de Manoel, Marcos Roberto, e a esposa Rosineide (filha de Manoel) chegaram a ser presos suspeitos do crime, mas, diante da falta de provas da participação deles no crime, foram soltos.
Já em fevereiro de 2019, enquanto era ouvido na Justiça, Manoel deu uma "versão controvertida daquela prestada para a Polícia Civil, afirmando, com certeza, ter saído da residência às 5h, e que esse horário não era de costume.
Em meio ao depoimento, o homem assegurou que o primeiro quarto da residência era dele e da esposa, e ao ser indagado se após deixar o imóvel, em algum momento tinha retornado, respondeu que “não voltei, não voltei” e que por volta das 7h30 recebeu a notícia de “Cicinha” e foi para sua residência", declarou Manoel na presença de um promotor de Justiça.
A denúncia ainda relata que, em certo momento, Manoel se exaltou ao ser indagado sobre a afirmação de uma das testemunhas, que o viu saindo do local do crime por volta das 7h. Ele afirmou que a testemunha estava mentindo.
Utilize o formulário abaixo para comentar.