A prisão dele foi realizada depois de levantamentos realizados pela Diretoria de Inteligência Policial (Dinpol), da PC/AL, com apoio do 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM), situado no município sergipano onde o foragido da Justiça foi encontrado.

O crime aconteceu em 2009, na zona rural de São José da Tapera. Na época Ademilson chegou a ser detido pela polícia. Ele contou na delegacia que estava na casa de um conhecido quando José Cícero Rodrigues de Melo chegou ao local e o chamou para sequestrar uma mulher identificada como Leonice e a filha dela, uma menor de idade.

Conforme ele, o próprio José Cícero contou que o crime tinha sido encomendado pelo tio dele Damião Cabral de Melo, com quem os dois deveriam pegar as armas de fogo que seriam utilizadas na prática criminosa.

Ele contou para a polícia que seguiu junto com José Cicero para a casa de Damião, que entregou aos dois uma espingarda soca tempero e outra calibre 36, alegando que o sequestro de Leonice e a filha seria para que depois eles pudessem trocar uma delas por Erisvado, filho da mulher.

Ademilson revelou para a polícia que Damião disse que o rapaz vinha atrapalhando a comercialização de armas que ele matinha na região. Ele contou ainda que Damião ameaçou matá-los, caso não aceitassem fazer o sequestro, mas deixou certo de que após a conclusão do crime pagaria a cada um dos dois R$ 1 mil.

O acusado contou na delegacia que ficou com uma espingarda e José Cícero com outra e que armados ficaram escondidos a margem de uma estrada vicinal, nas proximidades da residência das vítimas, e que eles as renderam quando elas chegavam em casa.

O homem detalhou que com as armas apontadas para Leonice e a filha dela eles seguiram caminhando por dentro de uma mata, seguindo na direção de uma casa abandonada e que durante o trajeto entrou em acordo com o comparsa para liberar a mulher, ficando apenas com a filha.

Ele relatou que a mulher se despediu da filha aos prantos e depois os dois se afastaram juntos, deixando a menina rendida por José Cícero. Ademilson contou que longe do comparsa amarrou as mãos de Leonice, a jogou no chão e tentou estrangulá-la. Conforme o relato dele, ao perceber que morreria, a mulher intercedeu por Nossa Senhora, o que teria feito ele desistir da ação.

Conforme relato do criminoso, a mulher foi desamarrada e liberada por ele, sob a ameaçada de que se procurasse a polícia a filha dela seria morta.

Ademilson disse à polícia que voltou a se juntar com José Cícero e a menor sequestrada, que depois de uma longa caminhada pela mata, chegaram em uma residência, onde renderam o proprietário e roubaram gêneros alimentícios, roupas e uma rede.   Ele contou ainda que depois do assalto seguiram para a casa abandonada que haviam planejado usar como cativeiro.

Eles mantiveram a menina em cárcere privado durante toda a noite, mas foram presos no dia seguinte pela Polícia Militar, que encontrou o cativeiro com a ajuda de Leonice.

Na delegacia os policiais apuraram que José Cícero tinha uma desavença com o tio, que teria encomendado o sequestro, mas que, apesar disso, havia o ajudado na ação criminosa. Foi levantado também que ele teria cometido um assassinato em Piranhas. Os dois presos foram autuados pelos crimes de sequestro, cárcere privado e tentativa de homicídio.

Ademilson conseguiu sair da cadeia e aproveitou para fugir. Agora preso outra vez ele foi levado para a Delegacia de Polícia de Canindé de São Francisco, onde ficou recluso à disposição da Justiça de Alagoas.