Sentimentos de revolta e saudade marcaram os sepultamentos dos dois militares mortos enquanto trabalhavam no domingo (10), no Sítio Antas, zona rural de São José da Tapera.
Os corpos do 1º sargento José Ailton Ramos de Oliveira, de 53 anos, e do sargento Braulino Santos Santana, de 48 anos, foram sepultados nesta terça-feira (12). Oliveira foi enterrado por volta das 9h30 no Cemitério São José 2, em Santana do Ipanema, e, horas depois, o sargento Braulino foi sepultado no Cemitério Municipal de Olho D'Água das Flores.
Os dois sepultamentos contaram com a presença do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Paulo Amorim, e do secretário de Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL), delegado Flávio Saraiva. Durante o cortejo, militares do Pelopes prestaram homenagens em nome da corporação com salva de tiros e carregaram os caixões no lugar dos familiares das vítimas.
Um duplo crime cercado de mistérios continua a gerar diferentes versões. Inicialmente, foi especulado que dois suspeitos teriam sido mortos em troca de tiros com guarnições da Companhia Independente de Operações Policiais Especiais do Sertão (COPES-Catinga) logo após o incidente, mas essa versão foi desmentida por funcionários do Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca, que informaram não ter recebido corpos relacionados ao desdobramento das mortes dos militares. Uma nova versão, surpreendente, aponta que os policiais assassinados, integrantes do Serviço de Inteligência do 7º Batalhão da Polícia Militar, teriam sido alvejados por outro militar, lotado no Pelotão de Operações Especiais (Pelopes), do mesmo batalhão das vítimas, que os teria confundido com supostos traficantes.
Embora o comando da PM mantenha silêncio sobre o caso, especula-se que o militar suspeito, que teria recebido voz de prisão logo após atirar nos colegas de farda, entrou em depressão e tentou contra a própria vida ao se dar conta de que matou os amigos. Segundo informações extraoficiais, os sargentos estariam realizando uma investigação disfarçada para obter informações sobre integrantes de uma organização criminosa na região.
Durante os sepultamentos, militares amigos das vítimas mantiveram-se em silêncio, enquanto alguns familiares demonstraram revolta com as circunstâncias dos homicídios e a falta de esclarecimentos por parte das autoridades, preferindo ficar distantes do cortejo. Os familiares agora aguardam a indicação oficial do(s) delegado(s) que assumirá(ão) as investigações.
Luto
Em Santana do Ipanema, a prefeita Christiane Bulhões (MDB) decretou luto oficial de três dias no município em sinal de profundo pesar pelas mortes de Oliveira, que residia na cidade com a família, e de Braulino. A prefeita ressaltou que as vítimas prestaram relevantes serviços à sociedade sertaneja, atuando pelo 7º BPM.
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