Se hoje reconhecemos, escrevemos e entendemos as letras, os números e seus significados, devemos tudo isso aos professores. Foram eles que, ao longo da vida, nos ensinaram a escrever e conhecer nosso nome, a ver e compreender o mundo, fazendo da sala de aula uma pequena sociedade, onde deveríamos respeitar as diferenças e as diversidades.
Enquanto professores, eles possuem múltiplas profissões, como orientador, psicólogo, médico, analista, administrador e em alguns casos assumindo o papel de pai e mãe, dando afeto e atenção. Essas demais funções transpõem e se sobrepõem às atribuições escolares. Por diversos momentos, eles também são mágicos, fazendo ‘malabarismos’ com as mais inusitadas situações do dia a dia, seja na vida profissional ou pessoal.
No dia a dia, lutam com os salários defasados, péssimas condições de trabalho e apoio pedagógico e psicológico para exercer sua prática. Por diversas vezes, encontram desafios que vão além da formação acadêmica, que não aprendem durante os quatro anos de faculdade. Enquanto estudantes acadêmicos, não acham nos livros ou em pesquisas científicas que eles precisam trabalhar três turnos para conseguir obter o mínimo para sustentar a família e o básico para investir em sua própria formação. Além disso, o docente lida com a violência física e psicológica dentro e fora das salas de aula.
Nota-se que o valor intrínseco e original do “ser professor” está esquecida. Hoje em dia, sobretudo no Brasil, a carreira de professor não é atraente e não consegue empolgar a juventude por não oferecer uma perspectiva de futuro que permita ao trabalhador transcorrer o tempo de trabalho com tranquilidade, além disso, na lista das profissões “ideais”, ser docente não confere status social.
Pensando nisso, vemos o desinteresse se refletindo nas salas de aula e temos um cenário em nosso país que está longe de ser o ideal para os professores e também para os alunos. Ser professor sempre foi e será um grande desafio. Porém, é preciso destacar as diversas transformações nas quais os docentes passam para poder exercer com excelência sua função.
No âmbito escolar, eles conseguem ser atores e atrizes, interpretando a vida como ela é, sentindo e transmitindo emoções e relatos da vida. São médicos, quando recebem em sala de aula crianças adoentadas pela miséria, pela falta de tempo e afeto da família, são psicólogos sem diploma, na dura arte da (in)compreensão dos pais.
No contato diário com pessoas, livros, conhecimento e saberes, os professores possuem a dedicação de um agricultor. Semeadores de sonhos, de afeto, de otimismo e de esperança. São pacientes e fortes, pois ainda que a sociedade não os reconheça, seguem lutando.
Neste contexto, proponho a seguinte reflexão: é possível ser professor em um país que pouco investe em educação? Sim. É fácil ser docente e exercer essa função? Não, e está longe de ser. Porém, não há como desenvolver a personalidade de um indivíduo e mostrar a ele que é possível sem acreditar no poder da educação.
Assim, neste 15 de outubro, comemore os seus erros e acertos, não desista e persita. Pois em algum lugar há um alguém precisando de suas habilidades e de um exemplo na sociedade.
Feliz Dia dos Professores!
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