A pandemia mundial causada pelo novo coronavírus manteve as pessoas em casa, principalmente os estudantes, tendo em vista que uma das formas de evitar a propagação do vírus é não realizar aglomerações. As salas de aula, muitas delas com 50 ou mais alunos, são, portanto, um dos locais mais propícios à disseminação do vírus causador da Covid-19, nome recebido por essa nova síndrome.
Muitas instituições de ensino, principalmente as privadas, adotaram maneiras de oferecer aulas de forma remota, de modo a dar continuidade ao processo de ensino-aprendizagem. As tecnologias usadas por instituições que oferecem a já conhecida EaD (Educação a Distância) e por empresas que fazem reuniões por videochamada agora servem a professores e alunos de colégios e universidades.
Mas vamos pensar que, passado o período de pandemia, qual dessas novas práticas terá continuidade? Escolas e universidades presenciais vão manter algumas disciplinas apenas por videoaula? E quais seriam as vantagens e as desvantagens dessa nova metodologia? Especialistas já argumentam que o “novo normal” pós-pandemia vai continuar exigindo um pouco mais de distanciamento social. Por isso, aulas por videochamada serão mais comuns do que podemos imaginar.
No caso de universidades, dizem os especialistas em educação e em saúde, será necessário oferecer esse tipo de aula para alunos dos primeiros períodos dos cursos, quando as disciplinas são mais teóricas e podem ser acompanhadas por chamadas ao vivo ou vídeos gravados pelos professores. Assim, será evitada a tão indesejada aglomeração.
Por outro lado, os alunos evitarão custos com deslocamento até a universidade, com alimentação, aglomerações em transportes públicos e estarão em casa com, imagina-se, mais disposição e menos cansaço. Isso também será útil àqueles que precisam trabalhar durante o dia e estudar à noite, pois evitarão mais um deslocamento e mais cansaço físico e mental.
No entanto, as deficiências que já ocorrem durante a pandemia deverão permanecer depois dela: muitos alunos, tanto de escolas quanto de universidades, não têm equipamentos adequados para esse tipo de aula em casa, não têm computadores, nem internet satisfatória.
Muitos outros não possuem um ambiente adequado e tranquilo em casa, tendo em vista que vivem com outras pessoas, cada uma delas com suas necessidades. Quem garante que, em casa, não estão checando redes sociais, conversando por outros aplicativos com os colegas ou dormindo enquanto apenas acessaram a plataforma para confirmar a presença na videoaula?
A convivência social, o aprendizado de forma conjunta, o esclarecimento de dúvidas, os trabalhos em equipe, o “falar em público” durante apresentação de trabalhos, o contato próximo com o professor para fazer colocações, as discussões e debates durante os assuntos são alguns dos métodos que, com a videoaula, vão desaparecer e causar prejuízos ao processo de ensino-aprendizagem.
Por parte dos estudantes, portanto, será preciso ter muito foco, determinação e disciplina para acompanhar e levar a sério as aulas por meio da tecnologia, mostrando comprometimento inclusive para realização das tarefas.
Já os professores, por sua vez, terão que reaprender a dar aulas, a ter o domínio da turma, caso isso ainda seja possível mesmo a distância, e desenvolver novas habilidades para uso da tecnologia e aplicação de uma metodologia nunca vista quando foram alunos universitários nos cursos de licenciatura.
Os desafios pós-pandemia, finalmente, deverão ser superados por todos, estejam eles em qualquer lado da tela.
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