Ao longo desses últimos anos, tem-se dito uma palavra que caiu no gosto de muitos e que representa bem nossa sociedade atual: “vitimismo” (ou seu sinônimo “coitadinho”). Mas, afinal, o que significa essa palavra? E quem realmente está sendo “vitimista”?
Segundo o Dicionário Aurélio, “vitimizar ou vitimização” é o ato ou o efeito de transformar ou transformar-se em vítima. Na prática, consiste no hábito de se colocar a si mesmo como vítima das situações, e pessoas que se colocam desta forma frequentemente usam frases como: “as coisas nunca dão certo para mim”, “ninguém me entende”, “eu não tenho culpa”, “eu não queria ser assim”, “a vida é injusta comigo”, etc.
Nota-se que, com esse tipo de atitude, o indivíduo acaba se tornando vítima de sua própria história de vida. Ao se colocar como vítima, não se sente capaz de enfrentar os desafios e fazer as mudanças que a vida pede e, por isso, sempre encontra culpados para justificar sua falta de ação e, principalmente, seu fracasso. Tudo o que acontece é culpa de algo ou alguém (o pai, a mãe, os irmãos, a sociedade, a vida, o destino, etc.), menos da própria pessoa vitimizada.
Para a psicologia, em algumas situações estas pessoas se disfarçam como “falsas vítimas”, consciente ou inconscientemente, para simular uma agressão inexistente. O vitimismo não é uma patologia, mas poderá levar a um distúrbio paranoico quando a pessoa insiste em culpar os outros pelos seus males. Em muitos casos, a vítima não se limita a reclamar, mas se utiliza de um pessimismo exacerbado que a leva a se concentrar apenas nas coisas negativas, tornando-a intolerante, violenta, etc.
O vitimismo não se limita à vida do mundo físico do indivíduo, ele é transferido para o mundo virtual, onde ganha proporções ainda maiores devido à exposição. Em alguns casos, os “coitados” expõem realidades tristes, ainda que não sejam as suas, somente para ganhar “likes”, para chamar a atenção para si.
São estes “coitados” que se utilizam de vários artifícios para dar sentido às suas vidas e arrumam por aí uma “carteirinha de vítima social”. Estes, para parecer inteligentes, culpam o capitalismo por toda desgraça do mundo, porém, não usam a mesma roupa duas vezes, não pagam as contas básicas (água e luz), atrasam a mensalidade escolar do filho, atrasam a pensão alimentícia de seus dependentes, mas compram aparelhos eletrônicos caros e ostentam uma vida luxo nas redes sociais.
Por outro lado, em uma sociedade em que todos se expressam, é notável o “amontoado” de pessoas que assumem as rédeas da vida, que não precisam se vitimizar para realizar sonhos e obter a atenção das pessoas. Por isso, fazer escolhas inteligentes é o que definirá sua história de vida.
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