Socialmente falando, temos várias concepções de pai: o presente, o ausente, o carinhoso, o dedicado, o chato, o divertido e por aí vai. De uma maneira geral, vamos rotulando e comparando cada um. Porém, será que estas definições traduzem de fato a figura paterna? Será que pai é somente genitor ou provedor? Será que ser pai é apenas agradar aos filhos? Mas, afinal, qual é o papel do pai?
A função do pai é histórica, sociológica e antropológica de “o provedor”. Aquele que traz alimento, impõe limites e segurança. Vendo deste modo, o pai é isento de qualquer outra responsabilidade para com o filho e isso se perpetuou por muitas gerações. Passado o tempo, não rara as vezes, ainda encontramos muitos pais que agem e pensam deste modo. Muitos acreditam que sua única obrigação se resume em prover as necessidades básicas do lar.
Assim, educação, atenção e orientação são atribuições que cabem à mãe. Esta deve se responsabilizar por tudo. No entanto, o fato de alguns pais, tristemente, abdicarem do papel de educar seus filhos e de fazer parte da vida e do crescimento deles não anula o que suas presenças poderiam ter feito ou o que elas poderiam ter contribuído para o desenvolvimento das crianças.
Neste contexto, é preciso salientar que o papel do pai é mais importante do que o espaço ou rotulações já determinadas na sociedade para ele. A presença paterna é fundamental para a formação da identidade e do caráter do(a) filho(a) desde os primeiros instantes de vida, pois estes necessitaram em qualquer condição de apoio, carinho, proteção, companhia, cuidados e limites.
Muitos homens, ao se tornarem pais, carregam em si a chance de ser um mundo para outro ser. Não se nasce pai, torna-se pai e este representa autoridade, força, segurança, carinho, afeto e coragem, que são elementos essenciais para o desenvolvimento cognitivo e social, que facilita a capacidade de aprendizagem e a integração da criança com o meio. Por isso, não há uma receita, manual ou uma única figura paterna.
Quando falamos em figura paterna não nos referíamos unicamente ao pai biológico, pois existem muitos homens que desempenham esse papel, mesmo sem terem sido os genitores. Dentre tantos, citamos os avós, tios, padrastos, padrinhos, irmãos e “pães” (mães que assumem total responsabilidade na criação e educação dos filhos), enfim, pessoas que na ausência ou não do pai biológico são exemplos marcantes da presença masculina na vida das crianças e dos adultos.
Pensando na importância da figura masculina e a presença desta na vida de uma criança, citamos os pais solteiros e os pais separados. Muitos pais solteiros acreditam não estar preparados para cuidar e educar um filho. Além disso, este foi concebido de um relacionamento esporádico ou uma concepção indesejada. Após o nascimento, acabam por relegá-lo aos cuidados dos avós, que de alguma forma irão suprir a devida necessidade de carinho e atenção.
Na mesma direção, muitos pais separados ou divorciados não conseguem conduzir uma relação saudável com a mãe e a família. Com isso, não fazendo muita questão do vínculo pai e filho, acabam se afastando e perdem o afeto que poderiam ter construído.
Em alguns, esse afeto é revertido em compensações por bens materiais, como brinquedos, roupas, viagens, etc. Com atitudes assim, os pais se tornam co-responsáveis por muitos dos problemas psicológicos e sociais que as crianças e os adolescentes efrentam.
Porém, graças às transformações históricas e sociais, envolvendo as configurações familiares, principalmente com relação ao papel do pai, fatos como os citados acima não se aplicam a todos. A figura paterna tende a estar cada vez mais próxima de seus filhos e isso independe de ser solteiro, divorciado ou estar casado. Hoje em dia, os pais estão mais participativos e compartilham com as mães a tarefa de cuidar, educar e orientar.
Nota-se que, quando as funções são compartilhadas, vários aspectos da vida de suas crianças mudam, tanto do ponto de vista emocional, social, quanto cognitivo. Para isso, é preciso que as mães concedam aos pais a tarefa de cuidar, como deixar que eles troquem fraldas, dêem banho, dêem comida e coloquem o filho(a) para dormir. Além disso, devem acompanhar ao pediatra, ir às reuniões escolares e principalmente, estar presentes em todas as fases da vida.
Desta forma, você que é pai ou pretende sê-lo um dia, saiba que seu papel é fundamental na vida de seu(s) filho(s). Isso independe do sexo do bebê, pois criar e cuidar de um filho são tarefas árduas, divertidas e especiais. Portanto, tenha paciência, dedicação e tempo, pois ser pai é um momento único para qualquer homem.
Feliz Dia dos Pais!
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