Antigamente, os pais eram rígidos. Não precisavam de muito para que batessem nos filhos. Essa forma de educar ou disciplinar se perpetuou por muitas gerações, com isso, as crianças entendiam que deviam obediência e consequentemente tinham medo dos pais e, para não apanhar, era melhor cumprir o que os pais mandavam.
Na atualidade, muitos pais que foram criados com rigidez ou tiveram pais autoritários não desejam a mesma situação para os filhos. Assim, evitam ao máximo as palmadas e passam a educar os filhos através da conversa ou diálogo, pois entendem que bater não vai resolver ou educá-los.
Porém, temos observado que quase não existe diálogo ou conversa, e os filhos estão se comportando como reis, cujos desejos têm de ser imediatamente atendidos. Os pais estão temerosos e, para que não haja escândalo, dor de cabeça ou outro tipo de problema, acabam realizando as vontades dos filhos, e os filhos se tornam os autoritários.
O autoritarismo mostra quem é que manda, ou seja, quem impõe o cumprimento de regras. E essas atitudes começam ainda na infância, quando os pais acham que não têm problema deixar fazer, pois a criança é pequena. Com isso, comportamentos inadequados, como jogar objetos no chão, bater nos pais e nos colegas, permitir que os filhos escolham o que comer e aonde ir, podem ocasionar um avesso de papéis.
Vivemos tempos difíceis, as regras e os conselhos psicológicos parecem não ter mais eficácia e os jovens não sabem ser contrariados. Nunca se viram tantas crianças e adolescentes dominando os adultos. Neste sentido, é preciso reaver os papéis de cada um. Primeiro, aprenda a dizer "não" para seus filhos, sem medo. Pois, segundo especialistas, se seus filhos não ouvirem “não” dos pais, estarão despreparados para ouvir um “não” da vida.
Durante a criação, quando disserem um “não”, não cedam às chantagens e pressões dos filhos, caso contrário, a emoção das crianças e jovens se tornará uma gangorra, ou seja, hora dóceis para conquistar o que desejam, em outra, explosivos ou chantagistas quando forem contrariados, principalmente, em ambientes sociais. Nossa geração deseja dar o melhor para as crianças, mas isso não significa atender às vontades delas, ou seja, dar os melhores brinquedos, roupas de marcas, passeios caros e outros caprichos.
Vivemos em um contexto equivocado, onde pais acreditam que, dando presentes, fazendo a vontade dos filhos, estão cumprindo com o papel de pais, deixando que a escola eduque os filhos. Neste contexto, recordo de um livro chamado “Pais brilhantes e professores fascinantes”, do escritor Augusto Cury, que nos diz: “ninguém se diploma na tarefa de educar”, ou seja, para educar, precisamos aprender e conhecer a plenitude da palavra paciência.
Pais que não têm paciência desistem e não conseguem aprender com a vida e muito menos com os filhos. Já ouvimos dizer que a vida é uma grande escola que pouco ensina a quem não quer aprender, isto é, aqueles pais que dizem “Eu sei” ou “Não preciso da ajuda de ninguém” já estão derrotados e jamais irão refletir sobre sua relação com os filhos, mesmo que não seja fácil – e não é.
Assim, é preciso refletir sobre a educação dos filhos, pensar e avaliar os motivos que levam os pais a bater e achar que estão fazendo a coisa certa, pois essa decisão não educa e pode gerar outros conflitos. Impor sua vontade paterna não significa educar, mas dar explicações do que é certo ou errado, e os motivos de sua decisão podem formar adultos conscientes e preparados para receber um “não”, ainda que a criança não entenda o significado desta palavra, é preciso repetir inúmeras vezes.
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